À beira do precipício pd51 | Page 100

mente, passem a considerar que a resolução do conflito é me­lhor do que levar o caso para que um juiz ou um tribunal do júri (aqui, embora pouco co­mum, até pequenas causas podem ser deci­didas por um tribunal do júri) decida a causa. Disputas legais nos EUA são muito, muito caras. Mas não é só isso. O que está em jogo é seu tempo, sua saúde, seu tempo fora do tra­balho, seu estado psicológico. E claro que em uma disputa judicial envolvendo valores es­tratosféricos, casos muito comple- xos, talvez um Tribunal de Justiça seja o lugar ideal para dirimir o conflito. Digo talvez porque, mesmo nessas situações, ainda existem outros meios que não a via judiciária para pacificar a cau­sa, como, por exemplo, a arbitragem, que não é objeto deste artigo. Digo apenas que é mui­to utilizada na Europa e nos EUA, com resul­t ados exitosos. No Brasil, também vem sendo bastante utilizada e respeitada pelos tribu­nais. A Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça, é sabido, tem homologado várias sentenças de tribunais arbitrais de outros países como Inglaterra e EUA. De acordo com dados do Departa­mento de Justiça dos EUA, órgão do Po­der Executivo Federal que utiliza a Reso­lução Alterna- tiva de Conflitos em seus li­t ígios pelo país, em 2016, houve acordo em 75% dos casos em que a mediação foi utilizada pelas partes voluntariamente. Nos procedimentos ordenados por um juiz, o índice foi de 52%. Em termos finan­ceiros, a mediação proporcio- nou uma economia ao governo e, em última ins­t ância ao contri- buinte, de U$ 70.610,263, aproximadamente R$ 250 milhões. Dias de trabalho poupados por advogados e funcionários que não precisaram se en­volver em batalhas judiciais: 26.388. Os meios alternativos para a solução de conflitos proporcionam muitas vantagens que vão além do fator custo, porém, é preciso uma ajuda profissional para se avaliar qual é o melhor meio para determinado caso. Se a mediação é usada de uma forma inade- quada ou no tempo errado, ela pode se tornar um problema e não uma solução. Em uma me­diação mal sucedida, por exemplo, talvez se­ja preciso gastar mais dinheiro, se o caso tiver inevitavelmente que ser levado ao tribunal. Voltando às vantagens, a velocidade com que se pode chegar a uma solução é um dos atra­tivos. Num tribunal, um processo pode levar meses, anos, para ser finalizado, enquanto na mediação casos podem ser resolvidos em questão de minutos, horas ou, no máximo, al­g uns dias. Na media- 98 Wanderley Baldez