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paga para pessoas de alta renda” e “Ciência e religião”. Também foram promovidos dois debates na FFLCH, “Artes e sexualização precoce” e “Mulheres negras na política”; um na Faculdade de Saúde Pública sobre direitos sexuais e reprodutivos; um na Poli sobre habitação; um na Psicologia sobre espetacularização da morte; um no IME sobre inteligência artificial; um na Geografia sobre filhos biológicos e um sobre vestibular na FEA. DEBATER É PRECISO Por Leticya Simões Já pensou em conhecer pessoas de outros campi da USP, aprender sobre retórica e oratória e, de quebra, impactar positivamente a sociedade? Para 2019, são planejados mais eventos, com um maior número de unidades contempladas, bem como uma maior diversidade de assuntos e de formação dos debatedores. Isso já é realidade para os integrantes do USP Debate, extensão universitária cuja missão é fortalecer a relação entre a universidade e a comunidade. O projeto, fundado em 2015, é composto tanto por alunos da graduação e pós-graduação quanto por pessoas não vinculadas à USP, e subdivide-se em três grandes áreas: a de competição, cujos debatedores representam a USP em torneios pelo Brasil; a de debates abertos, que traz temas polêmicos para serem discutidos pela comunidade acadêmica; e a de extensão, que se propõe a fomentar nas escolas – e em seus alunos – a capacidade de pensar criticamente e de organizar seu discurso para defender um ponto de vista. Segundo Medina, a maior motivação para atuar no USP Debate é o desenvolvimento de habilidades de comunicação. Igualmente importante é a convivência enriquecedora com pessoas de várias áreas, que proporciona uma pluralidade de ideias, informações e pontos de vista: “As pessoas são muito respeitosas ao ouvir pontos de vista divergentes, o que torna o ambiente muito receptivo.” Extensão Debates abertos Julia Aguiar, aluna do IAG e coordenadora da área de extensão, explica que a frente de extensão atua majoritariamente em escolas e cursinhos populares e preocupa-se em desenvolver o senso crítico dos estudantes, para ajudá-los a compreender melhor seu lugar no mundo. Ela salienta que não se trata apenas de despertar nos estudantes o gosto pelo debate, e que a atividade vai além de apenas falar bem, mas saber ouvir e compreender as diferenças. Como muitos temas são complexos, há um estímulo à busca por novas informações que possibilitam o refinamento do conhecimento coletivamente, mesmo que as pessoas mantenham seu posicionamento inicial. A área de debates abertos é a mais antiga do projeto e existe desde sua fundação. Seu objetivo é promover o debate dentro da universidade, para que os discentes, docentes e funcionários possam sentar-se e debater temas selecionados de forma racional e em conjunto, realizando um intercâmbio de informações. Gabriel Medina, aluno da FEA e coordenador da área de debates abertos explica que, no contexto desses eventos, as pessoas acabam desenvolvendo a empatia – aprendendo a ouvir – e a comunicação – ao se expressar publicamente. Também ressalta que os eventos são fonte de informação, proporcionada pela diversidade de formações e vivências dos participantes. Das atividades promovidas pelo grupo em 2018, a extensão ministrou aula no CuCo – Curso de Comunicação USP; realizou dinâmicas direcionadas junto ao cursinho popular da FFLCH, promoveu oficinas de debate no Colégio Santa Amália e ofereceu suporte para a fundação das sociedades de debates da UNICAMP e do Mackenzie. As atividades de debates abertos consistem em eventos quinzenais, cada vez em um instituto diferente da USP, e os temas propostos para as discussões são sempre atuais e pertinentes para os estudantes daquele instituto. As pessoas são convidadas a se posicionarem em relação a uma moção e defender seu ponto de vista em até dois minutos (uma adaptação do modelo de debate do parlamento britânico)[1]. Após o debate é aberta uma roda para que o tema seja discutido mais descontraidamente. Para 2019, os planos são de expansão: o grupo pretende oferecer oficinas para quatro colégios ainda este semestre, cada oficina composta por oito encontros, nos quais serão abordadas técnicas de argumentação e refutação, oratória, elementos retóricos, estruturação de discurso, etc. Além das oficinas, a projeção é de aumento no número de cursinhos populares contemplados, cujas atividades compreendem dinâmicas mais objetivas voltadas especificamente para este grupo. Em 2018 foram promovidas várias dessas atividades, como cinco debates promovidos nos favos da colméia com os temas “Devemos tolerar a intolerância?”, “Porte de armas”, “Educação domiciliar vs. ensino tradicional”, “Universidade 31/03/2019 17 © Gazeta Arcadas