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Saraiva. Um trabalho feito por e para alunos do sistema de
educação pública da cidade de São Paulo.
DAS ARCADAS PARA AS
SALAS DE AULA DA CIDADE
A escolha de quais temas seriam abordados e em quais séries
ocorreriam as atividades e conversas se deu por decisão
conjunta da diretoria da Escola e representantes do Coletivo.
O estilo de abordagem que será adotado pelas meninas das
Arcadas com os alunos seguirá muito do que foi pregado pelo
renomado educador brasileiro Paulo Freire, visando ao
aprendizado e ao bem-estar das crianças.
Por Beatriz Leal de Souza
O Coletivo Feminista Dandara, da Universidade de Direito do
Largo de São Francisco, inicia, já nesse semestre, seu primeiro
trabalho de sondagem pedagógica, na Escola Estadual Maria
Augusta Saraiva, na Bela Vista. O projeto conta com visitas
das alunas da Universidade, membros do Coletivo, que irão
conversar e realizar atividades com alunos e alunas do Ensino
Fundamental II do colégio, abordando temas que envolvem a
realidade de gênero, questões raciais e outras temáticas que
são, por vezes, deixadas em segundo plano.
Segundo envolvidas no Núcleo Pedagógico, membros do
Dandara, essa iniciativa de ir além dos muros e arcadas da São
Francisco é uma forma de retornar à sociedade muito do que
é investido nos alunos e no espaço das universidades públicas
do país, já que estas só existem e se mantêm com base em
recursos e financiamentos oriundos dessa mesma sociedade.
Desse modo, trabalhos com função social, como o que está
sendo executado pelo Coletivo, fomentam esse ciclo de
retribuição benéfica à comunidade, com possibilidades de
atuação que não estão restritas à esfera jurídica, mesmo
tratando-se de uma Faculdade de Direito.O projeto é uma
possível abertura para dar continuidade a trabalhos externos,
sua expansão e durabilidade, e vem gerando grandes
expectativas quanto aos seus resultados, que parecem
auspiciosos para a experiência do Dandara e da Faculdade
como um todo.
O Coletivo, que agora está em seu décimo segundo ano de
existência, irá contar com credenciamento para o projeto em
questão, o chamado Núcleo de Prática Pedagógica Dandara.
Em abril deste ano (2019), as meninas iniciarão os trabalhos
com alunos do sexto ano durante o primeiro semestre, e, no
semestre seguinte, com alunos do sétimo ano do mesmo
colégio. Há projetos em prospecção para envolver o oitavo e
nono ano através de palestras pontuais.
As temáticas são bastante amplas, circulando em torno da
perspectiva das questões de gênero, trazendo também pautas
de raça e classe econômica. Dado o perfil de um colégio
estadual na capital, quantidade significativa dos estudantes se
encaixa em muitas dessas realidades minoritárias, o que exige
que assuntos como esses sejam trazidos à tona e tratados com
a seriedade e sensibilidade necessárias. O tema das ocupações
habitacionais deve ser também abordado, já que muitas das
crianças da escola moram nessas localidades.
É prevista a realização de visitas dos alunos da Escola à São
Francisco, sendo guiados pelo Coletivo, para conhecer um
pouco do espaço e da história da gloriosa Faculdade e dos
importantes nomes que por ela passaram. Dentre estes, a
própria Maria Augusta Saraiva, que nomeia a escola e foi a
primeira mulher a ingressar na Faculdade de Direito do Largo
de São Francisco, graduando-se em 1902.
Contando com visitas quinzenais em cada sala ao longo da
realização dos trabalhos, as meninas se dividirão em grupos
para interagir com os adolescentes das três salas de cada série,
totalizando cerca de 90 estudantes por semestre. O Dandara
vem regendo o projeto autonomamente desde o começo do
ano, realizando a comunicação com a escola, agendamentos e
preparação do programa e propostas de trabalho pedagógico.
São algo em torno de 25 meninas distribuindo tarefas e se
revezando na execução das visitas à E. E. Maria Augusta
31/03/2019
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