ECONOMIA
RETOMADA
EM 2017 ?
Letícia Costa
economia brasileira entrou em
A profunda recessão em 2015 , com uma queda de 3,8 % do PIB , que continuou em 2016 , com uma queda adicional estimada em 3,5 %, resultando na recessão mais profunda do país em sua história . A recessão atual foi causada por dois fatores principais : ( a ) desequilíbrio nas contas do governo federal , que apresentou um déficit primário de 1,9 % e 2,6 % em 2015 e 2016 respectivamente , causado pela “ nova matriz econômica ” do governo Dilma e aumento contínuo de subsídios e despesas do governo ; e ( b ) incapacidade do governo de Dilma Rousseff em negociar com o Congresso Nacional qualquer tipo de reforma que permitisse o retorno de contas equilibradas . O cenário tornou-se ainda mais complexo face às incertezas geradas pela Operação Lava-Jato . Vale ressaltar que esta operação , se bem-sucedida , irá reduzir substancialmente alguns elementos do Custo Brasil . A curto prazo , porém , gera
incertezas pelo envolvimento potencial de vários políticos em posições de destaque no Congresso . As consequências desta crise já são bem conhecidas – recorde no desemprego , queda de renda , altos níveis de ociosidade na produção , etc . – e a combinação de todos estes fatores levou a uma drástica redução na confiança do consumidor e do empresário , o que dificulta a retomada pelo receio destes em consumir ou investir . A entrada de um novo governo trouxe alguma perspectiva de recuperação : o governo apresenta uma visão mais realista da situação e tem demonstrado uma maior capacidade de negociar reformas com o Congresso . Sob o prisma econômico , alguns sinais de melhoria começaram a surgir no final de 2016 , notadamente a queda da inflação que permitiu que o Banco Central iniciasse um ciclo de queda de juros . Este novo cenário melhorou o “ humor ” do consumidor e do empresário , muito embora os índices
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