20
4.5 Atuação recente da relação entre poder público e mercado
Apesar de o poder público ter o papel de orientar e coordenar a ocupação do espaço urbano , isso dependerá da ação do mercado para consolidar suas propostas . O uso e ocupação do solo são elementos que devem acompanhar o surgimento de demandas demonstradas pelo mercado , uma vez que a compra e venda de imóveis obedece às leis de oferta e procura .
Por exemplo , de nada adianta indicar uma grande área para uso comercial se naquele ponto não existe demanda para tal função , pois a mesma continuará desocupada . Nesse sentido , quando uma área está em crescimento e o uso comercial começa a ganhar proporções maiores , tomando o lugar do residencial , o papel do poder público seria o de frear essa mudança de forma a equilibrar essa proporção .
Embora as decisões do poder público devessem ser imparciais , primando pela qualidade de vida dos habitantes da cidade , a realidade não opera nesse sentido . Ao indicar qual ponto da cidade irá se desenvolver e quais ficarão ociosos , o poder público controla indiretamente onde os imóveis terão a maior valorização . Assim , os proprietários de terra , especialmente os especuladores , farão maior pressão para que o desenvolvimento aconteça de forma que os favoreça . Portanto , o poder público age à luz dos interesses do mercado , seja para coibir , incitar ações ou mesmo negligenciar .
Podemos afirmar , então , que a cidade é composta por diversos atores . São eles comerciantes , representantes de empresas , de associações , os proprietários fundiários , os moradores , usuários dos espaços , dentre outros ; dessa forma , cada grupo pressiona as decisões públicas para interesses próprios . Assim como afirma Corrêa ( 2004 ) na sua obra “ O Espaço Urbano ”, ressaltando a importância da atuação dos agentes produtores do espaço urbano .