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se nesse estado por um longo período de tempo. Por contraste, entende-
se como reserva de mercado aqueles imóveis que estão vazios
temporariamente, onde a edificação está cadastrada em agências
imobiliárias e o dono tem intenção de vendê-la. Claro que algumas das
questões até aqui mencionadas são cabíveis para os dois tipos, mas
assume-se que a reserva de mercado possui alguém zelando pelo espaço
(proprietário, imobiliária).
4.2
A especulação como prática do mercado
No entanto, também existem aqueles imóveis mantidos por
especuladores. Isso quer dizer que os imóveis estão devidamente
cadastrados em alguma imobiliária, mas que o dono pede um valor muito
alto, além do preço de mercado considerado “justo”. Tais imóveis podem
ficar por muitos anos flutuando na especulação e gerar os mesmos
problemas dos imóveis vazios.
Outro fator contribuidor para tal esvaziamento é que as áreas
urbanas não eram mais consideradas “boas o suficiente” nas últimas
décadas e, com isso, as pessoas buscavam áreas mais afastadas para
construir suas casas. Magalhães (2000), atribui tal movimento ao
pensamento modernista que imperou nos últimos anos para justificar o
abandono de áreas consolidadas:
Ao longo de três quartas partes deste século, o
pensamento modernista estigmatizou as cidades
existentes, propondo a sua derrubada. A cidade não seria
um bom lugar a menos que as velhas edificações cedessem
vez aos novos prédios altos, isolados, sobre verdes
gramados. (p.20)
Podemos afirmar que deixar o imóvel vazio para especulação se
tornou uma prática recorrente do mercado. Do ponto de vista econômico,