O racismo é a regularização fundamentada pela divisão de raças, enfatizada pela concessão de privilégios socioeconômicos ou práticas ultrajantes sendo elas conscientes ou não. Ao anexar o racismo com a intolerância religiosa com religiões de matrizes africanas, a ancestralidade das religiões são de importante discussão.
Regressando a época de escravidão no Brasil, foram dados argumentos justificando os motivos da escravidão dos negros. Vale lembrar que a colonização teve cunho cristão, todavia o molde da sociedade brasileira é o cristianismo e suas crenças, tanto as deturpadas quanto as verdadeiras. Uma das adúlteras justificativas da época, seria o salvamento das almas daqueles que não praticavam o catolicismo. As almas dos negros que praticavam seus rituais não cristãos, deveriam, supostamente, serem limpas através do trabalho escravo. Nada obstante, hodiernamente sabemos os verdadeiros motivos dos 300 anos de escravidão, não se passava de valores econômicos e pura injustiça social. A melhor comprovação de que a justificativa era apenas uma distração da verdadeira realidade e uma forma de manipulação, é o momento em que a escravidão é abolida, novamente por fins econômicos e não humanitários.
O racismo religioso não se iguala a intolerância religiosa
justamente pelo racismo estrutural na cultura das religiões de matrizes afro. Em se tratando de Umbanda, uma religião inteiramente brasileira com aspectos ritualísticos africanos, o termo racismo religioso se encaixa precisamente uma vez que, a intolerância contra a religião tem matriz racial.
A repressão do Candomblé, por exemplo, na vinda dos escravos ao Brasil era muito grande. Devido a religião oficial ser o catolicismo e a práticas dos negros serem vistas como bruxaria, algo ruim para o catolicismo, os adeptos ao candomblé tiveram que adotar o sincretismo religioso. Esse sincretismo ocorreu pela apropriação de santos católicos aos orixás, quando por exemplo cultuavam Iansã disfarçada de Santa Bárbara.