UALGORITMO 1 Ualgoritmo N1 2019 | Page 28

Alexandra Reis, Professora Associada de Psicologia da Universidade do Algarve, interessada no processamento da linguagem escrita e estudos interculturais no âmbito da leitura. Karl Magnus Petersson, Professor Associado e Diretor do CBMR, interessado no processamento da linguagem, leitura e escrita e aprendizagem e memória. Na segunda fase da tarefa, é revelado aos participantes que as sequências que estiveram a copiar obedeciam a regras complexas, sem, todavia, lhes revelar quais eram essas regras. Nesta fase são apresentadas novas sequências, das quais metade cumprem as regras e a outra metade viola estas regras. Pede-se então aos participantes que, com base na sua intuição e sem refletirem muito, decidam quais destas novas sequências cumprem as regras (sequências gramaticais) e quais não as cumprem (sequências não gramaticais; ver Fig. 2). Verificámos que os participantes dos três grupos são capazes de distinguir sequências gramaticais de sequências não gramaticais, sem que no entanto saibam descrever o que os levou a fazer essa distinção, o que revela aprendizagem implícita. Os grupos não mostram diferenças entre si, ou seja, os disléxicos conseguem aprender as regras da gramática artificial ao mesmo nível das crianças da sua idade e das crianças com o seu nível de leitura (ver Fig. 3). Figura 3. Índice de discriminação d’ entre sequências gramaticais e não-gramaticais obtido pelos participantes de cada grupo (se d’ = 0, a criança não distingue sequências gramaticais e não gramaticais, respostas com d’ próximo de 0 indicam que não há discriminação entre sequências, sugerindo que a resposta pode ter sido dada à sorte). Cada círculo representa uma criança e os círculos preenchidos a negro indicam as crianças cujo desempenho foi significativamente acima da sorte (50%). 26