Alexandra Reis,
Professora Associada
de Psicologia da
Universidade do
Algarve, interessada
no processamento da
linguagem escrita e
estudos interculturais
no âmbito da leitura.
Karl Magnus Petersson,
Professor Associado
e Diretor do CBMR,
interessado no
processamento da
linguagem, leitura e
escrita e aprendizagem
e memória.
Na segunda fase da tarefa, é revelado aos
participantes que as sequências que estiveram a
copiar obedeciam a regras complexas, sem, todavia,
lhes revelar quais eram essas regras. Nesta fase são
apresentadas novas sequências, das quais metade
cumprem as regras e a outra metade viola estas
regras. Pede-se então aos participantes que, com
base na sua intuição e sem refletirem muito, decidam
quais destas novas sequências cumprem as regras
(sequências gramaticais) e quais não as cumprem
(sequências não gramaticais; ver Fig. 2).
Verificámos que os participantes dos três grupos
são capazes de distinguir sequências gramaticais
de sequências não gramaticais, sem que no entanto
saibam descrever o que os levou a fazer essa
distinção, o que revela aprendizagem implícita. Os
grupos não mostram diferenças entre si, ou seja,
os disléxicos conseguem aprender as regras da
gramática artificial ao mesmo nível das crianças da sua
idade e das crianças com o seu nível de leitura (ver Fig. 3).
Figura 3. Índice de discriminação d’ entre sequências gramaticais e não-gramaticais
obtido pelos participantes de cada grupo (se d’ = 0, a criança não distingue sequências
gramaticais e não gramaticais, respostas com d’ próximo de 0 indicam que não há
discriminação entre sequências, sugerindo que a resposta pode ter sido dada à sorte).
Cada círculo representa uma criança e os círculos preenchidos a negro indicam as
crianças cujo desempenho foi significativamente acima da sorte (50%).
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