UALGORITMO 1 Ualgoritmo N1 2019 | Page 15

Biografia dos autores Lília Isabel Lameirinhas Cabral concluiu a licenciatura em Química (pré-Bolonha) em Dezembro de 2006 e o mestrado em Ciências Biomédicas em 2012, na Universidade do Algarve. Em 2008 iniciou atividades como bolseira de investigação no grupo de Reatividade Orgânica e Química Medicinal (OrgMedChem) do Centro de Ciências do Mar do Algarve (CCMar), sob a orientação da professora Maria de Lurdes Cristiano, tendo trabalhado em diversos projetos, na área da química medicinal. A sua investigação centra-se na síntese de compostos heterocíclicos bioativos e em estudos de reatividade química. É aluna do curso de Doutoramento em Química, na Universidade do Algarve, sendo simultaneamente bolseira de investigação do projeto PTDC/ MAR-BIO/4132/2014 designado por “Reversing the pathophysiology of Perkinsosis in clams hatcheries through the use of analogues of Artemisinin”, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia. Artigo original Lobo L, Cabral LIL, Sena MI, Guerreiro mediterrânica, atingindo os 80% em alguns locais da costa algarvia.(10) As estratégias preventivas são de difícil implementação e economicamente inviáveis (11) e não existe uma solução terapêutica eficaz de combate ao parasita. É, pois, urgente trabalhar para a resolução deste problema. Na busca de soluções, a investigação científica explora a proximidade taxonómica a outras espécies de parasitas (espécies que partilham um conjunto muito alargado de características morfológicas, funcionais e genéticas, representando uma elevada proximidade filogenética). As espécies do género Perkinsus pertencem à classe taxonómica Perkinsea. (12) Contudo, tal como o Plasmodium falciparum (um agente etiológico responsável pela malária) e o Toxoplasma gondii (agente etiológico responsável pela toxoplasmose), o Perkinsus olseni também pertence ao filo Apicomplexa. Estes parasitas protozoários apresentam algumas vias metabólicas e organelos (como o apicoplasto) em comum, o que poderá constituir um ponto de partida para o desenvolvimento de fármacos eficazes, seguros e com uma utilização transversal para estes parasitas protozoários.(13) Foram realizados no Centro de Ciências do Mar do Algarve (CCMar) alguns estudos sobre a possível utilização de fármacos antimaláricos no combate a perkinsiose. Os estudos recentes com alguns derivados de artemisinina e análogos sintéticos deste fármaco demonstraram a atividade antiparasítica dos compostos em Perkinsus olseni e revelaram analogias no modo de bioativação, em relação aos parasitas do género Plasmodium.(12) A artemisinina é um produto natural extraído da planta Artemisia annua que inclui na sua estrutura molecular 1,2,4-trioxano uma ligação endoperoxídica. Foi demonstrado que esta ligação é fundamental para a atividade antiparasítica do fármaco artemisinina. (14a,b) De entre os análogos sintéticos da artemisinina que contêm uma ligação endoperoxídica destacam-se os 1,2,4-trioxolanos e os 1,2,4,5-tetraoxanos. Estas classes químicas fornecem diversos compostos que são potenciais candidatos para o tratamento de doenças resultantes de infeções por protozoários e 13