Biografia dos autores
Lília Isabel Lameirinhas
Cabral concluiu a
licenciatura em Química
(pré-Bolonha) em
Dezembro de 2006 e o
mestrado em Ciências
Biomédicas em 2012,
na Universidade do
Algarve. Em 2008
iniciou atividades
como bolseira de
investigação no grupo
de Reatividade Orgânica
e Química Medicinal
(OrgMedChem) do
Centro de Ciências do
Mar do Algarve (CCMar),
sob a orientação da
professora Maria de
Lurdes Cristiano, tendo
trabalhado em diversos
projetos, na área da
química medicinal.
A sua investigação
centra-se na síntese
de compostos
heterocíclicos bioativos
e em estudos de
reatividade química.
É aluna do curso
de Doutoramento
em Química, na
Universidade do
Algarve, sendo
simultaneamente
bolseira de investigação
do projeto PTDC/
MAR-BIO/4132/2014
designado por
“Reversing the
pathophysiology of
Perkinsosis in clams
hatcheries through the
use of analogues of
Artemisinin”, financiado
pela Fundação para a
Ciência e a Tecnologia.
Artigo original
Lobo L, Cabral LIL,
Sena MI, Guerreiro
mediterrânica, atingindo os 80% em alguns locais da
costa algarvia.(10) As estratégias preventivas são de
difícil implementação e economicamente inviáveis
(11) e não existe uma solução terapêutica eficaz de
combate ao parasita. É, pois, urgente trabalhar para a
resolução deste problema.
Na busca de soluções, a investigação científica
explora a proximidade taxonómica a outras espécies
de parasitas (espécies que partilham um conjunto
muito alargado de características morfológicas,
funcionais e genéticas, representando uma elevada
proximidade filogenética). As espécies do género
Perkinsus pertencem à classe taxonómica Perkinsea.
(12) Contudo, tal como o Plasmodium falciparum
(um agente etiológico responsável pela malária) e o
Toxoplasma gondii (agente etiológico responsável pela
toxoplasmose), o Perkinsus olseni também pertence
ao filo Apicomplexa. Estes parasitas protozoários
apresentam algumas vias metabólicas e organelos
(como o apicoplasto) em comum, o que poderá
constituir um ponto de partida para o desenvolvimento
de fármacos eficazes, seguros e com uma utilização
transversal para estes parasitas protozoários.(13)
Foram realizados no Centro de Ciências do Mar do
Algarve (CCMar) alguns estudos sobre a possível
utilização de fármacos antimaláricos no combate
a perkinsiose. Os estudos recentes com alguns
derivados de artemisinina e análogos sintéticos deste
fármaco demonstraram a atividade antiparasítica dos
compostos em Perkinsus olseni e revelaram analogias
no modo de bioativação, em relação aos parasitas do
género Plasmodium.(12)
A artemisinina é um produto natural extraído da
planta Artemisia annua que inclui na sua estrutura
molecular 1,2,4-trioxano uma ligação endoperoxídica.
Foi demonstrado que esta ligação é fundamental para
a atividade antiparasítica do fármaco artemisinina.
(14a,b) De entre os análogos sintéticos da artemisinina
que contêm uma ligação endoperoxídica destacam-se
os 1,2,4-trioxolanos e os 1,2,4,5-tetraoxanos. Estas
classes químicas fornecem diversos compostos
que são potenciais candidatos para o tratamento de
doenças resultantes de infeções por protozoários e
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