Trabalho de WebDesign Glamour Nº79 | Page 5

sociais como responsável pelo problema. “Assim que me tornei a pessoa com mais seguidores no Instagram, eu surtei”, disse ela à revista Vogue americana, após alguns meses de tratamento, em março do ano passado. “Aquilo se tornou algo que me consumia. Eu acordava e dormia para postar”, lembrou. No Brasil, o cantor Tiago Iorc tomou uma decisão semelhante e postou, no começo deste ano, que estava precisando de um descanso e se ausentaria “dessa nova vida instagrâmica que nos consome.”

Na verdade, a falta de limites ao usar o celular não é culpa 100% nossa. Como sabemos, a navegabilidade das redes sociais foi pensada para incentivar a dependência e pode ser algoritmicamente confeccionada para cada um. Não à toa sua timeline mostra mais postagens de pessoas que têm os mesmos gostos que o seu: você vê o que curte. Até a ação de deslizar o dedo pela tela com o polegar foi estrategicamente analisada. É a velha história do caça-níquel: você não sabe o que vem na sequência e isso te faz querer ver mais, mais e mais… O próprio Lore Brichter, inventor do pull-to-refresh (arraste para atualizar), diz que se arrepende do efeito negativo da sua criação.

A boa notícia é que essa consciência dos próprios criadores da tecnologia viciante está crescendo a cada dia. No início do ano, a Apple levou uma bronca de

bronca de seus acionistas e teve que adotar medidas para dar aos pais uma forma de limitar o tempo gasto por seus filhos na internet, em jogos e outras atividades digitais por meio dos celulares e tablets fabricados pela empresa. Em uma carta aberta publicada, eles citaram estudos que embasam o pedido. Um deles foi conduzido pela psicóloga americana Jean M. Twenge e mostra que jovens que passam três horas ou mais na redes sociais são 35% mais suscetíveis a ficarem deprimidos e cometerem suicídio do que quem passa menos de uma hora; para os que ficam cinco ou mais, o potencial sobe para 71%.

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