The Tropy Room é marcada como a primeira exibição solo de CJ Hendry em Nova York. Foi aberta numa localização temporária no SoHo, com mais de 700 convidados e metade do sho pré-vendido. Cada detalhe dos convites, para a secreta localização que só foi anunciada para os convidados com 24h de antecedência estava meticulosamente pensados e supervisionados por Hendry. Estava claro que ela não tinha talento só para ilustração, seu marketing pessoal e habilidades de autopromoção eram tão bons quanto os de uma Kardashian.
Como uma consumista auto-proclamada, Hendry é inspirada pela cultura pop, por marcas de luxxo e objetos do dia a dia, como a Barbie, bolas de basquete, skates ou luvas de boxe. Sua obsessão com objetos de luxo também tem uma grande influência na seleção de objetos que merecem sua atenção, como uma bolsa lascada da Louis Vuitton, um vidro de perfume Chanel No 5, ou uma bolsa Bikin da Hermès.
Um desenho pequeni pode levar mais de 30 horas para ficar pronto. Cada detalhe, sombra e reflexo, são meticulosamente desenhos, até que cada minúsculo traço esteja perfeito. Para o Trophy Room, Hendry mergulhou objetos desejados em um líquido bronze, e os colocou num pedestal, criando um troféu enquanto simultaneamente destruia o objeto de desejo no processo. Para aqueles que estavam na lista de espera para gastar vinte mil dólares numa bolsa da Hermès isso poderia ser um sacrilégio: destruir um símbolo de status, em nome da arte? Não. Para Hendry, isso era apenas parte do processo.
Com um ar de sarcasmo, a exibição tinha um altar onde bronzeadas bolsas Birkin, bolsas Chanel, luvas de boxe e outros objetos escolhidos para a exibição são colocados em pedestais para serem admirados e desejados. Um gigante inflável Sr. Cabeça da Batata preencheu o fundo do quarto, convidando a tirar fotos e selfies, e 40 desenhos de variados tamanhos encheram os dois andares da galeria para que os visitantes pudessem apreciar seu trabalho de perto por alguns minutos e serem imersos no mundo de Hendry.
Enquanto o consumismo desempenha um papel grande na arte de Hendry, ela também tem um lado filantrópico. No ano passado ela mergulhou um par de Nike Mags em tinta preta (esses são os tênis do filme "De Volta para o Futuro", e possivielmente o par de tênis colecionável mais caro), desenhou neles e doou 130 mil dólares da venda para Sheltering Arms, uma organização jovem, localizado em Nova York, para que pudessem comprar 900 pares de tênis para crianças necessitadas. Depois do tiroteio em Orlando, em 2016, Hendry colocou banners com desenhos de camisetas ensanguentadas em formato de armas sendo puxados por aviões que sobrevoaram Orlando, Nova York e Chicago com a hashtag #endgunviolence.
Um das coisas que mais admiro em Hendry é que ela não aceita itens de marcas, então ele não tem que desenha-los. Ela desenha o que acha legal, mais isso não quer dizer ue não esteja aberta para alguma colaboração com alguma marca, caso algum se apresente.
Hendry tem planos e está claro que ela guarda cartas na manga. Com o sucesso de The Trophy Room, Hendry e seu time já estão se preparando para seu novo projeto. Durante o Miami Art Based, que acontece na primeira semana de dezembro, uma das maiores feiras do circuito (ou, como eu costumoo dizer, "o Spring Break para os milionários"). Hendry irá mostrar seu trabalho na Ridinger Mansion, onde artistas como Retna e Mr. Brainwash têm se apresentado em anos antes, enquanto invadiam a cena da arte. Certamente essa será uma noite para ser lembrada.
Para vocês que estão lendo isso, mantenham seus olhos em CJ Hendry: a garota está conquistando seu lugar e essa é apenas uma prova do que está por vir. Eu me sentei com Hendry, no seu estúdio em Nova York, e lhe fiz algumas perguntas sobre sua vida, inspirações e arte. Aqui está o que ela tinha a dizer.
UMA CANETA NA MÃO E UM FOGUETE NA MANGA