Trabalho 2 - Revista CAUSE - Carina M Benedetti Edição 4 | Page 10

UMA CANETA NA MÃO E UM FOGUETE NA MANGA

Quando/como você descobriu que tinha esse tremendo talento para desenhar? Algum artista te inspirou durante esse caminho?

Eu nasci com esse dom. Eu sempre soube que o tinha, mas só nos últimos quatro anos eu realmente acreditei que poderia fazer isso como trabalho. Robert Longo é um artista que me inspira, mas artistas não são minhas únicas inspirações. Eu sou inspirada por pessoas de todos os ramos, artes e negócios.

Você começou sua carreira sem uma galeria, apenas usando o instagram. Você tinha a guia estratégia ou apenas se jogou aos seus instintos?

Eu trabalhei muito próxima ao Bill Tikos, o Cool Hunter. Ele me ajudou a lançar a carreira. Juntos, nós fizemos uma estratégia e estávamos determinados a fazê-la funcionar.

Você gerencia sua carreira como uma marca, e tem certas coisas que você não desenha. Como você escolhe o que vai ou não fazer?

Tem algumas coisas com as quais sou rigorosa. Eu nunca fiz cópias, cada um de meus desenhos são originais. Eu referencio produto inadvertidamente, desenhar produtos tem feito minha prática uma marca em si mesma. Não é que retratos e paisagens não me interessem, mas por agora eles não são algo que eu queira por no papel.

Você se mudou para Nova York há um ano e meio atrás, como a cidade tem te tratado? Te inspirou ou de mudou?

Ela definitivamente me mudou. Eu ainda não me apaixonei pela cidade, eu a amo 50% e a odeio 50%. Eu tenho um grande respeito por essa cidade. Ela te desafia e te força a gerar ideias e tomar decisões maiores do que você acha possível, é uma coisa maravilhosa e difícil. Tendo dito isso, eu completamente entendo o peso da expressão se você consegue trabalhar aqui, consegue trabalhar em qualquer lugar.

As vezes você trabalha com fones de ouvido, o que toca na sua playlist?

Eu não escuto música enquanto trabalho. Eu escuto audio-books ou podcasts e eu sempre estou ouvindo Shoe Dog do Phil Knight.

Você abriu o "The Trophy Room", sua primeira exposição solo em NY, numa galeria no SoHo. Qual foi a inspiração para essa exibição?

Consumismo. Eu apresentei desenhos de objetos de marcas em pedestais, que haviam sido mergulhados em bronze, onde foram representados como troféus e elementos de adoração. Isso indica o aumento proeminente da atual cultura do consumismo.

Quais os desafios de fazer isso sozinha? E o lado

positivo?

A parte positiva é a liberdade de tomar todas as decisões. A parte ruim é que eu não sei se estou tomando a decisão certa e eu não tenho apoio financeiro se as coisas dão errado. Eu tenho muito orgulho do meu time e eu tento manter tudo funcionando.

Que carta você tem na manga para o Miami Art Basel? Algum outro projeto que está por vir, que você tenha liberdade de falar sobre?

Eu estou muito ansiosa para Miami, onde vou mostrar uma série especial de novos trabalhos na Ridinger Mansion. Eu nunca apresentei minha arte deste jeito. Eu tenho planos para o próximo ano, mas só poderei revelar em janeiro.

Você se sente inspirada por empresários que gostaria de conhecer algum dia?

Eu adoraria sentar para conversar com os fundadores da Zara e da Ikea, eu tenho tantas perguntas para fazer a eles...

Você tem 28 anos e já realizou tanto, o que você ainda sonha em fazer?

Eu tenho um foguete escondido na minha manga que você não vê. Ainda não alcancei nada na minha vida perto do que eu quero alcançar. Isso é só o começo pra mim.

Como você vê sua carreira em 5, 10, ou 20 anos?

Eu acho que isso é muito difícil de responder. Eu tenho uma visão de como gostaria que minha prática se encaixasse no mundo da arte, mas frequentemente coisas podem escalar mais rápido do que você imagina, ou não escalar nunca. Tudo o que eu posso fazer é tomar as decisões corretas e aproveitar as oportunidades que parecem corretas enquanto mantenho meus olhos no prêmio.

Que conselho você daria para novos artistas que sonham em se demitir de seus trabalhos e viver somente de sua arte?

Eu não estou na posição de dar conselhos, mas vou dizer uma coisa; não seja cego pela luz, tenha certeza de que você tem "todos os seus patinhos em fila" quando for tomar suas decisões ou isso não vai funcionar.

Eu sei que você raramente deixa seu estúdio, mas quais são seus cinco lugares favoritos ou coisas favoritas para se fazer em NYC?

Eu realmente não saio muito, mas quando o faço... amo passear com meu cachorro no dog park do Tribeca, também amo andar de bicicleta no Central Park e descobrir novos lugares em Manhatthan. No geral eu vivo uma vida bem simples.