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Capítulo 1 - 26 / 61 comum os embates entre áreas funcionais, os quais aumentavam a turbulência e não contribuíam para a solução. Nesta época começou a surgir o papel do gerente de projeto, que deveria se preocupar com o projeto como um todo e servir como facilitador na transição do projeto pelas áreas. Mas, na maioria dos casos, seu poder e influência eram limitados e bem menores que os gerentes funcionais, os quais podiam tomar a decisão final, muitas vezes priorizando a otimização dos esforços e aspectos relacionados à sua função. As barreiras culturais aprofundavam este problema. Os valores, procedimentos e padrões de cada área dificultavam a integração, criando diferentes ambientes na empresa. Assim, os colaboradores não tinham conhecimento de como o processo de desenvolvimento ocorria e possuíam pouca informação do andamento do projeto. Eles tinham acesso somente à atividade sob sua responsabilidade, em alguns casos sem saber o porque dos prazos, com pouca informações sobre o projeto e nem mesmo conhecimento de como aqueles resultados seriam utilizados. A super-especialização das áreas contribuía para que as decisões de projeto fossem tomadas de um ponto de vista restrito a um domínio de conhecimento da área. Por exemplo, um pesquisador americano relata ter encontrado, no início da década de 90, um projetista de uma montadora que, apesar de possuir vários de anos de experiência no projeto de travas de automóveis, não tinha contato com o engenheiro responsável pelo desenvolvimento do processo de fabricação das mesmas travas2. Tratase de uma situação claramente inadequada pois a troca de experiências seria fundamental para que o projetista tivesse um conhecimento melhor do projeto e pudesse projetar peças mais fácil de serem fabricadas. Outra característica deste modelo é o fato dos departamentos de engenharia serem totalmente auto-suficientes. O projeto era realizado quase que inteiramente por profissionais da mesma empresa, incluindo as peças que seriam produzidas por fornecedores externos. Isso prejudicava a manufaturabilidade do produto, o tempo de desenvolvimento e a atualização tecnológica. Por exemplo, enquanto empresas japonesas utilizando abordagens mais recentes de desenvolvimento empregavam em média 485 pessoas em uma equipe de projeto (as mais evoluídas 333), as montadoras 2 WOMACK, JONES e ROSS (1992)