Efeito da concentração de compostos nitrogenados sobre os parâmetros ruminais de caprinos
infusão ruminal crescente do suplemento
nitrogenado. A ureia sofreu rapidamente
a ação da enzima urease bacteriana que
acarretou no desdobramento de suas
partículas em NH 3 e CO 2, aumentando a
concentração de amônia ruminal médio no
líquido ruminal.
Os animais consumindo somente o
feno de buffel sem adição de NNP tiveram
o menor valor para amônia ruminal de 2,01
mg/dL. Este valor está abaixo de 5 mg/dL,
que Satter e Slyter (1974) identificaram
como necessário para otimização da
fermentação dos carboidratos fibrosos pelos
microrganismos ruminais. Em todos os
outros níveis, em que houve infusão de NNP,
a concentração de amônia foi superior a 5
mg/dL (Tabela 2).
Tabela 2. Valores médios dos parâmetros ruminais de caprinos alimentados com níveis de
proteína bruta em dietas à base de capim-buffel diferido.
Parâmetros
%PB na dieta 1
R 2 (%) Equações
19,78 98,88 Ŷ=-10,62+2,22x
6,42 77,67 Ŷ=6,43
5,50 7,44 9,39 11,33 13,27
NH 3 , mM 2,01 5,85 10,01 13,52 pH 6,51 6,42 6,36 6,43
CV (%) 2
63,23
2,37
Porcentagem de proteína bruta da dieta; CV = coeficiente de variação.
1
2
Não foram observados efeitos lineares
ou quadráticos na inclusão do suplemento
nitrogenado sobre o pH ruminal, tendo valor
médio de 6,43. Isto ocorreu devido a dieta ser
composta principalmente de material fibroso
estimulando assim a ruminação e regulando
o pH ruminal pelo bicarbonato de sódio
(NaHCO 3 ).
Para Martins et al. (2006), valores
de pH acima de 6,0 favorece a manutenção
do meio ruminal adequado para a aderência
das bactérias celulolíticas às partículas. No
presente estudo em nenhum momento foi
verificado pH abaixo de 6,0, mantendo-se na
faixa considerada adequada para atuação dos
microrganismos ruminais.
Figura 1. Concentração de amônia ruminal (NH3) dos caprinos com diferentes teores de
proteína bruta na dieta ao longo de 24 horas de caprinos alimentados com capim-buffel
diferido e níveis de proteína bruta (PB).
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Série Iniciados v. 23