Série Iniciados Vol. 23 | Page 88

Efeito da concentração de compostos nitrogenados sobre os parâmetros ruminais de caprinos (2014) a proteína microbiana sintetizada no rúmen pode fornecer mais de 50% dos aminoácidos absorvidos pelos ruminantes, sendo considerada uma proteína de alto valor biológico. Uma das formas de realizar essa disponibilidade de amônia é através da utilização de aditivos denominados nitrogênio-não-proteico (NNP). A ureia é uma fonte de NNP de baixo custo, muito utilizada nas formulações de rações concentradas e suplementos para ruminantes, considerada uma alternativa interessante no período seco pois é nesse período que as forrageiras apresentam baixas taxas de crescimento e níveis proteicos reduzidos (LIMA et al., 2013). Perazzo (2014) complementa retratando que: Ao chegar no rúmen a ureia através da enzima urease bacteriana rapidamente é convertida em amônia e CO 2 , essa amônia presente no rúmen do animal é prontamente utilizada na síntese proteica pelos microrganismos ruminais, os quais tem a capacidade de degradar fontes de NNP, produzindo N-NH3. As bactérias fermentadoras de carboidratos fibrosos utilizam apenas o NH3 como fonte de nitrogênio para síntese de proteína microbiana e proliferação de microrganismos ruminais, consequentemente, melhorando a digestibilidade da fibra (PERAZZO, 2014). Associada a utilização de ureia na dieta de ruminantes, é necessário o uso de fontes de enxofre, que serão utilizadas pelas bactérias ruminais na síntese de aminoácidos sulfurados. A adição desta mistura (NNP e enxofre) possuem benefícios na nutrição de ruminantes com melhorias na digestibilidade de forragens de baixo valor nutritivo, como respostas positivas no desempenho animal ao longo de todo ano (DETMANN et al., 2010). Segundo Borges (2011), bactérias e protozoários presentes no rúmen são responsáveis pela digestão de 70 a 85% da matéria seca digestível da ração. A partir do processo de digestão dos alimentos eles produzem ácidos graxos voláteis, que são fonte de energia, assim como o dióxido de carbono, metano e amônia. A principal fonte de energia para os ruminantes são justamente esses ácidos graxos voláteis (AGV) produzidos no rúmen pela fermentação microbiana de carboidratos (BERCHIELLI; PIRES; OLIVEIRA, 2006). Assim a utilização de NNP nas dietas em que os recursos forrageiros basaias são de baixo valor nutritivo, como o capim-bufffel diferido, pode melhorar a digestão dos carboidratos fibrosos,