Efeito da concentração de compostos nitrogenados sobre os parâmetros ruminais de caprinos
com bovinos, não havendo trabalhos com a
relação de concentração de amônia ruminal e
forragem para caprinos.
O estudo da concentração de amônia
ruminal e degradação da forragem em
caprinos é importante. Vários trabalhos
demonstram que a população microbiana
do rúmen é influenciada pelo ambiente, pe la
dieta e pela espécie hospedeira (HOBSON;
STEWART 1997, KAMRA, 2005, SHI et
al., 2007). Então, trabalhos que utilizam
microrganismos ruminais advindos de
bovinos podem não apresentar os mesmos
resultados quando repetidos com caprinos e
vice-versa.
Ter
o
conhecimento
dessa
concentração de amônia no rúmen de
caprinos é de suma importância, pois
permite utilizar de forma mais eficiente não
só a forragem, mas também as fontes de
nitrogênio. Ao se determinar a concentração
de amônia no rúmen dos animais para
otimização da digestão da fibra, se evitará
também, a utilização em excesso de fontes de
proteína, diminuindo o custo na alimentação.
Assim, para uma utilização eficiente
da fração fibrosa de forragens por caprinos
são necessários estudos sobre a dinâmica da
digestão da forragem utilizando compostos
nitrogenados em diferentes proporções. O
objetivo deste capítulo é o de avaliar o efeito
da concentração de nitrogênio não proteico
sobre a concentração de amônia (NH 3 ),
ácidos graxos voláteis (AGVs) e pH ruminal
de caprinos alimentados com capim-buffel
diferido.
Fundamentação teórica
O Semiárido brasileiro de modo geral
é caracterizado por apresentar elevadas
temperaturas e baixos índices pluviométricos
como também má distribuição das chuvas.
Porém a região Nordeste brasileira possui
grande potencial pecuário, tendo em vista a
diversidade de recursos naturais presentes
e, segundo Moreira e Guimarães Filho
(2011) concentra mais de 90% do número de
caprinos do país, distribuídos notadamente
no Semiárido.
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Série Iniciados v. 23
Entretanto, a utilização da vegetação
nativa da caatinga Nordestina como
principal fonte alimentar de caprinos, não
é suficiente para proporcionar ganhos de
peso consideráveis nos rebanhos (ARAÚJO;
HOLANDA JR; OLIVEIRA, 2003). Assim, o uso
de forrageiras mais produtivas e adaptadas
as condições edafoclimáticas da região são
necessárias para intensificar a produção de
caprinos, sendo decisivo para o sucesso da
atividade.
O capim buffel é uma cultura oriunda
da África que dentre as principais forrageiras
implantadas e avaliadas nos últimos anos
destaca-se pela notável adaptação às
condições locais de semiaridez, intercalando
uma rápida germinação e estabelecimento,
precocidade na produção de sementes e
capacidade de entrar em dormência na época
seca (ARAÚJO FILHO; LEITE; SILVA, 1998).
Moreira et al., (2007) avaliando as formas de
utilização deste capim retratam que:
Atualmente,
um
sistema
de
produção que tem sido adotado com
as pastagens de capim-buffel no
Semiárido brasileiro é a formação do
pasto diferido, vedando determinada
área da pastagem e posteriormente
utilizando o excedente deste capim
como fonte de fibra para alimentação
de caprinos na época de escassez de
forragem. Porém, com o processo de
diferimento essa gramínea apresenta
digestibilidade
dos
nutrientes
reduzida e baixo teor de proteína
bruta, onde utilizando-se de fontes
de proteína na dieta melhoraria seu
valor nutricional, consequentemente
proporcionando melhor produção
animal (MOREIRA et al., 2007).
Os microrganismos ruminais são
capazes de sintetizar proteína microbiana a
partir de amônia e esqueleto carbônico. Essa
fermentação pré-gástrica realizada pelos
microrganismos permite aos ruminantes o
aproveitamento de energia proveniente de
componentes fibrosos, além de converter
nitrogênio não proteico (NNP) da dieta em
proteína verdadeira. Segundo Alves et al.