Série Iniciados Vol. 23 | Page 81

Valorização do subproduto “cartilagem do osso da quilha” através da otimização da extração de colágeno Após análise desses dados, foi possível então obter uma superfície de resposta (Fig. 9), a fim de se encontrar a região ótima e analisar quais valores das variáveis independentes produziram a melhor resposta. Figura 9. Superfície de resposta da variável dependente “rendimento em colágeno” Temperatura: Temperatura de extração; Pepsina: Percentual de pepsina utilizado. As curvas de contorno (Fig. 9) foram plotadas com base na função de resposta Y (g de colágeno/100g) e revelaram que a utilização da variável X 1 (percentual de pepsina) em níveis mais altos resultou numa maior extração de colágeno (Y > 68 g de colágeno/100 g de amostra). Desta forma, este resultado vem a confirmar que esta variável tem um efeito significativo na extração de colágeno com o uso do maior teor de pepsina. Como a variável temperatura não revelou influência sobre o resultado final de rendimento, optou-se por aquele que representasse o menor custo de processo para a indústria, isto é, a temperatura de 30ºC. O uso da pepsina e ácido acético para extração de colágeno é descrito em vários estudos, particularmente para caracterizar o colágeno de diversos tecidos. Tanaka e Shimokomaki (1996), buscando identificar os tipos de colágenos presentes em carne de frango mecanicamente separada, utilizaram pepsina e ácido acético para a extração e identificaram a presença dos colágenos tipo I, II, III e V. Além disso, muitos estudos evidenciam que a extração em meio ácido e hidrólise com pepsina aumenta o rendimento. Losso e Ogawa (2014) estudaram a extração de 82 Série Iniciados v. 23 colágeno da cartilagem do osso da quilha do frango, subproduto obtido após a filetagem do peito destes animais, e observaram que a extração de colágeno com ácido acético 0,5 mol/L seguido da hidrólise com 0,1% de pepsina (colágeno solúvel em pepsina) proporcionou um maior rendimento do que a extração realizada unicamente com ácido (colágeno solúvel em ácido). Segundo Losso e Ogawa (2014), o colágeno extraído da cartilagem do osso da quilha de frango possui uma elevada estabilidade térmica, sendo relatada como a mais alta temperatura de desnaturação entre o colágeno de todos os vertebrados. Desta forma, a variação de temperatura escolhida não influenciou na extração de colágeno. Validação do modelo Com base na função resposta Y (rendimento em colágeno) e no modelo proposto de otimização do processo, os valores estimados de X 1 = 1% e X 2 = 30 ºC devem ser utilizados para obter o colágeno solúvel em pepsina de 66,05 g de colágeno por 100g de colágeno. O ponto ótimo foi então reproduzido em triplicata, obtendo- se uma resposta de 66,85 g de colágeno por 100g de colágeno. Quando analisados por