Valorização do subproduto “cartilagem do osso da quilha” através da otimização da extração de colágeno
A separação dos peptídeos ocorreu durante
60 minutos e para tanto utilizou-se um
gradiente linear (100 a 0%). Os peptídeos
dessorvidos durante os primeiros 30 minutos
possuíam qualidade hidrofílica enquanto que
os eluídos dos 30 ao 60 minutos possuíam
natureza hidrofóbica. À vista disso, os
peptídeos da cartilagem do osso da quilha de
frango exibiram majoritariamente caráter
hidrofóbico.
Esses
resultados
estão
em
concordância com os encontrados para o perfil
de aminoácidos da cartilagem em estudo,
que revelou predominância de aminoácidos
hidrofóbicos, característico de materiais
cartillaginosos (SIMÕES et al., 2014). Os
peptídeos são biomoléculas formadas pela
ligação de dois ou mais aminoácidos, e,
portanto, as características dos peptídeos
encontrados confirmam a característica dos
aminoácidos que os compõe.
Os padrões de SDS-PAGE da
cartilagem da quilha do frango estão
indicados na Fig. 4 (B). A cartilagem da
quilha do frango revelou a existência de duas
cadeias α distintas (α1 e α2), a uma razão de
aproximadamente, 2:1 respectivamente. Esse
resultado sugere que o colágeno é formado
pela mistura de colágeno tipos I e II, mas a
existência de uma cadeia prevalentemente
α1 revela que o colágeno é principalmente
do tipo II possuindo uma quantidade menor
do tipo I, podendo este ser separado a partir
do colágeno tipo II através de uma nova
precipitação do sal (LOSSO; OGAWA, 2014).
As fibrilas de colágeno tipo II correspondem
a 80% do conteúdo de colágeno total e estão
de forma predominante e característica em
cartilagem hialina (MENDELER et al., 1989;
GELSEA et al., 2003).
Figura 4. Comportamento da hidrofobicidade de peptídeos (A), padrões de SDS-PAGE (B) da
cartilagem do osso da quilha de frango.
Pré-tratamento com ácido orgânico para
extração de colágeno da cartilagem do osso
da quilha de frango
Os dados de rendimento em colágeno
extraído da cartilagem do osso da quilha do
frango a partir do pré-tratamento com 0,5
mol/L de diferentes ácidos e em diferentes
tempos de extração estão indicados na
Fig. 5. Observou-se que entre os ácidos
utilizados, o tratamento com ácido acético foi
significativamente superior, apresentando
maiores valores de conteúdo de colágeno.
O ácido acético tem sido o mais utilizado em
função de sua maior capacidade de extração,
sendo capaz de provocar o intumescimento
do tecido e dissolução das fibras colagenosas
(BALIAN; BONES, 1977; GÓMEZ-GUILLÉN
et al., 2011). Pesquisas tem reportado a
utilização do ácido acético na obtenção de
colágeno solúvel em ácido de subprodutos de
pescado, a exemplo da pele e ossos de cavala
(LI et al., 2013), pele de carpa-carpim (LIU et
al., 2015), pele e bexiga natatória de Robalo
(SINTHUSAMRAN; BENJAKUL; KISHIMURA,
2013).
Verificou-se que o melhor pré-
tratamento foi obtido com 0,5 mol/L de ácido
acético durante o tempo de 24 horas, uma vez
que não foi observada diferença significativa
Série Iniciados v. 23
77