Série Iniciados Vol. 23 | Page 68

Valorização do subproduto “cartilagem do osso da quilha” através da otimização da extração de colágeno que chega a representar 90% da matéria seca (OLIVO; SHIMOKOMAKI, 2002) e possui uma excelente biocompatibilidade e propriedades biodegradáveis, se estabelecendo como um biopolímero fundamental (LEE et al., 2001). O colágeno de aves foi relatado por ser imunologicamente mais seguro que o colágeno extraído de ovinos, caprinos ou bovinos, sendo o colágeno obtido da cartilagem do osso da quilha do frango utilizado como um medicamento para seres humanos que possuem dores associadas à osteoartrite (LOSSO; OGAWA, 2014). A preparação da gelatina e clarificação de bebidas alcoólicas, peptídeos bioativos, agentes microbianos e de formação de película biodegradável são algumas das aplicações alimentares do colágeno extraído da cartilagem do osso da quilha de frango, podendo estes materiais ser substitutos dos agentes sintéticos (LOSSO; OGAWA, 2014). Estudos da extração de colágeno da cartilagem do osso da quilha do frango ainda são escassos. Apenas um estudo foi realizado por Losso e Ogawa (2014), que isolaram o colágeno solúvel em ácido e pepsina dessa cartilagem e revelaram que este colágeno é uma mistura do tipo I e II, sendo este constituído predominantemente pelos aminoácidos glicina, prolina e hidroxiprolina. Ainda sobre este estudo, foi observado que o colágeno extraído possuía elevada estabilidade térmica, sendo considerado dentre os colágenos de vertebrados encontrados, aquele que possui mais alta temperatura de desnaturação. granjas próprias e integradas. As aves seguiram o procedimento de abate constituído pela pendura, atordoamento por eletronarcose, sangria, escaldagem, depenagem, evisceração, pré- resfriamento e desossa, obedecendo os critérios estabelecidos pela Portaria n° 210, de 10 de novembro de 1998, do Ministério da Agricultura e Pecuária e Abastecimento, que regulamenta a inspeção tecnológica e higiênico-sanitária da carne de aves (BRASIL, 1998). Após seção de cortes que envolveu a remoção dos filés de peito, as cartilagens do osso da quilha do frango (Fig. 1) foram separadas da carcaça e coletadas de forma aleatória. Estas foram armazenadas em embalagens plásticas de polietileno e levadas sob refrigeração (4° C ≤ T ≤ 8 °C) até o Laboratório de Análises Químicas de Alimentos (LAQA) na Universidade Federal da Paraíba, localizada em João Pessoa, Paraíba, Brasil. As cartilagens foram lavadas com água corrente, trituradas em processador de carne (CAF Máquinas, modelo 5, São Paulo, Brasil), embaladas em saco de polietileno e mantidas sob congelamento (-18 ºC ≤ T ≤ -12 °C) por um período não superior a 60 dias, quando foram utilizadas para as análises de caracterização química e extração do colágeno por meio ácido-enzimático. Material e métodos Coleta das cartilagens do osso da quilha do frango A cartilagem do osso da quilha do frango utilizada para esta pesquisa foi disponibilizada por um abatedouro, localizado no município de Guarabira do Estado da Paraíba, na região Nordeste do Brasil, com abate médio diário de 90.000 aves. Para o experimento foram utilizadas cartlilagens do osso da quilha de frangos da linhagem Cobb, machos e fêmeas, criados em Série Iniciados v. 23 69