Valorização do subproduto “cartilagem do osso da quilha” através da otimização da extração de colágeno
que chega a representar 90% da matéria seca
(OLIVO; SHIMOKOMAKI, 2002) e possui uma
excelente biocompatibilidade e propriedades
biodegradáveis, se estabelecendo como um
biopolímero fundamental (LEE et al., 2001).
O colágeno de aves foi relatado por ser
imunologicamente mais seguro que o
colágeno extraído de ovinos, caprinos
ou bovinos, sendo o colágeno obtido da
cartilagem do osso da quilha do frango
utilizado como um medicamento para seres
humanos que possuem dores associadas
à osteoartrite (LOSSO; OGAWA, 2014). A
preparação da gelatina e clarificação de
bebidas alcoólicas, peptídeos bioativos,
agentes microbianos e de formação de
película biodegradável são algumas das
aplicações alimentares do colágeno extraído
da cartilagem do osso da quilha de frango,
podendo estes materiais ser substitutos dos
agentes sintéticos (LOSSO; OGAWA, 2014).
Estudos da extração de colágeno
da cartilagem do osso da quilha do frango
ainda são escassos. Apenas um estudo foi
realizado por Losso e Ogawa (2014), que
isolaram o colágeno solúvel em ácido e
pepsina dessa cartilagem e revelaram que
este colágeno é uma mistura do tipo I e II,
sendo este constituído predominantemente
pelos aminoácidos glicina, prolina e
hidroxiprolina. Ainda sobre este estudo,
foi observado que o colágeno extraído
possuía elevada estabilidade térmica,
sendo considerado dentre os colágenos de
vertebrados encontrados, aquele que possui
mais alta temperatura de desnaturação.
granjas próprias e integradas.
As aves seguiram o procedimento
de
abate
constituído
pela
pendura,
atordoamento por eletronarcose, sangria,
escaldagem, depenagem, evisceração, pré-
resfriamento e desossa, obedecendo os
critérios estabelecidos pela Portaria n° 210,
de 10 de novembro de 1998, do Ministério
da Agricultura e Pecuária e Abastecimento,
que regulamenta a inspeção tecnológica e
higiênico-sanitária da carne de aves (BRASIL,
1998).
Após seção de cortes que envolveu
a remoção dos filés de peito, as cartilagens
do osso da quilha do frango (Fig. 1) foram
separadas da carcaça e coletadas de forma
aleatória. Estas foram armazenadas em
embalagens plásticas de polietileno e
levadas sob refrigeração (4° C ≤ T ≤ 8 °C)
até o Laboratório de Análises Químicas de
Alimentos (LAQA) na Universidade Federal da
Paraíba, localizada em João Pessoa, Paraíba,
Brasil. As cartilagens foram lavadas com
água corrente, trituradas em processador de
carne (CAF Máquinas, modelo 5, São Paulo,
Brasil), embaladas em saco de polietileno e
mantidas sob congelamento (-18 ºC ≤ T ≤ -12
°C) por um período não superior a 60 dias,
quando foram utilizadas para as análises
de caracterização química e extração do
colágeno por meio ácido-enzimático.
Material e métodos
Coleta das cartilagens do osso da quilha do
frango
A cartilagem do osso da quilha
do frango utilizada para esta pesquisa
foi disponibilizada por um abatedouro,
localizado no município de Guarabira do
Estado da Paraíba, na região Nordeste do
Brasil, com abate médio diário de 90.000
aves. Para o experimento foram utilizadas
cartlilagens do osso da quilha de frangos da
linhagem Cobb, machos e fêmeas, criados em
Série Iniciados v. 23
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