Série Iniciados Vol. 23 | Page 35

Viabilidade de produção de cerveja artesanal utilizando extratos de frutos de Annona muricata L. (gravioleira) dos voluntários participantes da análise sensorial. Metodologia e análise As matérias-primas utilizadas na fabricação da cerveja foram: água potável filtrada e declorada (com o mínimo de cloro), cereais em flocos, malte de cevada, lúpulos e levedura liofilizada ale, estabilizante Polyclar TM , todos importados e comprados em lojas especializadas online. A polpa de graviola, sem conservantes, foi adquirida em supermercados da cidade de João Pessoa-PB. As cervejas foram elaboradas em escala experimental de 20L, de alta fermentação, adicionadas de extrato (polpa) de graviola. Optou-se pela produção de uma cerveja do tipo Fruit Beer, com base no estilo Blonde Ale e as receitas foram desenhadas utilizando o software “BeerSmith 2” (SMITH, 2015). A figura 1 abaixo traz uma breve ilustração das etapas básicas do processo de fabricação artesanal das duas cervejas utilizadas para a análise sensorial, a Blonde Ale e a Fruit Beer com graviola. Figura 1. Etapas básicas para a produção de cerveja artesanal com e sem polpa de fruta. A etapa de moagem foi conduzida em moinho de dois rolos (Monster Brewing Hardware®), com abertura de 1,0 mm. A mosturação foi realizada com três paradas, com um total aproximado de 100 minutos, e o consumo de amido foi verificado usando o reagente iodo 0,02 N. Após a mosturação, o mosto foi recirculado e filtrado, em tina de clarificação com fundo falso, onde a própria casca do malte fez o papel de agente filtrante, até completa clarificação. O mosto clarificado foi transferido para a tina de fervura, e o resíduo da mosturação foi lavado com água filtrada, pré-aquecida (78°C) e com pH entre 5,0-6,0, para retirar o restante dos açúcares que tenha permanecido nesse resíduo. Tanto o mosto lavado quanto o filtrado compuseram o mosto da etapa de fervura (KUNZE, 2006). Após começar a fervura, o mosto assim permaneceu por cerca de 70 minutos. Durante essa etapa foram adicionados os lúpulos de amargor e de aroma. Após a fervura, realizou-se a etapa de whirpool, onde o mosto foi posto em espiral, evitando a transferê ncia de sólidos densos (trub quente) para o fermentador, permanecendo esses no centro da panela. O mosto foi resfriado com chiller de imersão, de fabricação artesanal, a 18 °C e transferido para a tina de fermentação (KUNZE, 2006). Na tina de fermentação, o mosto foi aerado diretamente com oxigênio medicinal, utilizando pedra difusora em inox de 2 µm. Foi preparado, 24 horas antes da adição, 0,8 L de meio de propagação com extrato de malte, adicionado de 11,5 g de fermento ale (Saccharomycces cerevisae) liofilizado, marca (Fermentis®), mantido sob agitação magnética. O fermento foi inoculado e a fermentação foi conduzida a uma temperatura de 18°C até a atenuação de açúcares do mosto (9 dias), o qual foi monitorado através de densímetro. Após completa atenuação, foi adicionado o agente estabilizante Polyclar TM Série Iniciados v. 23 35