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Avaliação do estresse oxidativo em pacientes hipertensos tratados com óleo de coco celular( FERREIRA et al, 1997).
De acordo com Vaziri( 2008), o estresse oxidativo pode ser revertido em algumas doenças, como na hipertensão arterial, através de estímulos exógenos que promovam a liberação de antioxidantes que se sobreponham aos agentes pró-oxidantes. Sendo assim, a adição de antioxidantes a dieta de indivíduos hipertensos, associado a mudanças no estilo de vida, como a prática regular de exercício físico moderado, pode ser uma abordagem eficaz no tratamento dessa patologia( QUEIROZ et al. 2013, APPEL et al. 2006). O óleo de coco virgem( OCV), utilizado nesse trabalho, possui altos níveis de vitamina E e polifenóis, conferindolhe uma propriedade antioxidante( NEVIN e RAJAMOHAN, 2006). Além disso, o OCV contém altas quantidades de ácidos graxos de cadeia média como o ácido láurico, seu principal componente( KUMAR, 2011), conferindo-lhe propriedades antiinflamatórias e antimicrobianas( ENIG, 2000). Já o treinamento físico crônico pode promover respostas adaptativas ativando vias de transdução de sinal que estimulam aumentos nos sistemas antioxidantes endógenos, como a catalase de superóxido dismutase( Choi e Cho 2014; Rech et al., 2014) e a glutationa peroxidase( Rech et al. 2014), sendo então considerado benéfico para o sistema cardiovascular.
Metodologia e Análise
O estudo experimental realizado pode ser classificado como ensaio clínico randomizado, onde os indivíduos são distribuídos aleatoriamente entre os grupos experimentais. Durante a pesquisa, tanto os pesquisadores como os pacientes não tiveram conhecimento do que foi utilizado como variável( óleo de coco ou placebo) ao longo do período experimental, caracterizando o estudo então como duplo-cego. Além disso, o estudo foi cruzado, de modo que ambos os grupos de estudo receberam tanto a intervenção teste( óleo de coco) como o controle( placebo), em momentos diferentes da pesquisa. O período de cruzamento foi caracterizado por um washout( período sem nenhuma intervenção).
O estudo foi realizado com uma população de pacientes hipertensos, classificados como portadores de hipertensão arterial de estágio 1. Para seleção da amostra, os indivíduos foram atendidos no setor de cardiologia do Hospital Universitário Lauro Wanderley da Universidade Federal da Paraíba( HULW). O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do HULW sob parecer n ° 1.523.128. Inicialmente foram recrutados 19( dezenove) pacientes. Após a coleta inicial, 03( três) pacientes foram excluídos( um por início de tratamento farmacológico com ansiolítico e dois com anti-hipertensivos). Os demais pacientes completaram a fase 1( quatro semanas) de tratamento. Ao final da primeira fase, 03( três) pacientes foram excluídos( um por mudança de domicílio e dois por início de tratamento com anti-hipertensivos). Todos os pacientes remanescentes( 13) completaram a fase 2( quatro semanas adicionais). Entre esses pacientes, 06( seis) foram submetidos ao protocolo de treinamento físico e 07( sete) não foram treinados.
Uma amostra composta por 13( treze) pacientes foi distribuída em 2( dois) grupos. O grupo 1, ou grupo sedentário( 7 indivíduos) foi, inicialmente, tratado com placebo ou óleo de coco virgem( OCV) por 30 dias, submetido a um período de washout por 7 dias e, em seguida, tratado com OCV ou placebo por mais 30 dias e não recebeu o treinamento físico. O grupo 2, ou grupo treinado( 6 indivíduos) foi submetido ao mesmo tratamento do grupo 1, mas também foi submetido ao treinamento físico.
Os pacientes selecionados foram submetidos a 60 dias de suplementação com óleo de coco / placebo associado ou não ao treinamento físico moderado. Antes do tratamento, aos 30 dias de tratamento e 24 horas após o fim do tratamento foram realizadas coletas de sangue dos pacientes para avaliação indireta do estresse oxidativo através do método das substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico( TBARS).
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