Avaliação do estresse oxidativo em pacientes hipertensos tratados com óleo de coco
extremamente relevantes para determinar os possíveis efeitos benéficos do óleo de coco virgem associado ao exercício físico em indivíduos hipertensos , e foram determinadas nesse plano de trabalho .
Os pacientes acometidos pela hipertensão arterial em estágio 1 , que não possuem outros fatores de risco cardiovasculares associados , apresentam resultados positivos quando adotam mudanças no estilo de vida durante um período de 6 a 12 meses , tornando possível dispensar o tratamento farmacológico com anti-hipertensivos ( WEBER et al ., 2014 ). Nesse sentido , é essencial a busca por novas alternativas para o tratamento não-farmacológico da hipertensão arterial ( RONDON ; BRUM , 2003 ).
Nessa pesquisa , foi utilizado o óleo de coco extra virgem ( OCV ), um óleo vegetal , proveniente do coco fresco ( Cocos nucifera L ). Esse óleo apresenta quantidades elevadas de ácidos graxos de cadeia média , sendo estes ácidos graxos saturados e ácidos graxos insaturados , em menor quantidade ( KUMAR , 2011 ).
Os resultados dos estudos préclínicos desenvolvidos por nosso grupo de pesquisa no Laboratório de Controle Neural da Circulação e Hipertensão Arterial do Centro de Biotecnologia da Universidade Federal da Paraíba , demonstraram que a suplementação com óleo de coco virgem e treinamento físico em ratos espontaneamente hipertensos ( SHR ) melhoraram a sensibilidade do barorreflexo ( comprometida na hipertensão arterial ) e reduziram o estresse oxidativo ( ALVES et al ., 2015 ). Esses resultaram nos incentivaram a continuar os estudos em humanos .
Dessa forma , o objetivo desse trabalho foi avaliar os níveis séricos de malondialdeído para a determinação da peroxidação lipídica em amostras sanguíneas de pacientes acometidos com hipertensão arterial em estágio 1 e tratados com óleo de coco / placebo associado ou não ao exercício físico .
Fundamentação Teórica
A hipertensão arterial é uma condição crônica , caracterizada por uma alteração na homeostase , onde os níveis de pressão arterial encontram-se elevados e fora dos padrões considerados normais . O indivíduo é considerado hipertenso caso apresente pressão sistólica ≥ 140 mmHg e ∕ ou pressão arterial diastólica ≥ 90 mmHg em medidas de consultório . ( FIGUEIREDO et al , 2009 ; MANCIA et al , 2007 ).
Estima-se que a hipertensão arterial afeta 1 em cada 3 indivíduos adultos , o que corresponde a aproximadamente 1 bilhão de pessoas no mundo ( GAO et al , 2014 ). Sua incidência vem aumentando continuamente , devido principalmente a modificações no estilo de vida da população ( WORLD HEALTH ORGANIZATION , 2013 ; ROMANZINI et al , 2008 ), causando uma preocupação por estar relacionada ao desenvolvimento de doenças vasculares como doença cardíaca coronária e acidente vascular cerebral ( GAO et al , 2014 ). O aumento na biodisponibilidade de espécies reativas de oxigênio ( EROs ) tais como peróxido de hidrogênio , ânion superóxido e radicais hidroxila pode resultar em uma alteração do equilíbrio entre pró-oxidantes e antioxidantes no organismo ( HOOD et al , 2016 ). Essas alterações , levam a um aumento de espécies reativas de oxigênio ocasionando um estado de estresse oxidativo que tem sido relacionado com o desenvolvimento de diversas doenças cardiovasculares , como a hipertensão arterial ( RAMACHANDRAN et al , 2002 ).
Todas as organelas celulares podem sofrer modificações quando interagem com as EROs . Entretanto , quando a membrana celular é atingida resulta na peroxidação lipídica , processo que acarreta alterações na estrutura e na permeabilidade das membranas celulares , comprometendo todo o metabolismo celular . Quando a peroxidação lipídica acontece , ocorrem danos graves à célula como liberação do conteúdo de organelas , perda da seletividade na troca iônica e formação de produtos citotóxicos , como o malonaldeído , resultando em morte
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