Série Iniciados Vol. 23 | Page 205

Avaliação do índice de conforto térmico em pontos representativos da malha urbana da cidade de Bayeux (PB) teóricas e metodológicas, dentre as quais é possível citar a fundamentação teórica da base energética para a compreensão do fenômeno da ilha de calor urbana em seu trabalho intitulado Boundary layer climates (OKE, 1978). Nesse mesmo sentido de contribuição à climatologia urbana, Goldreich (1995) realizou em Israel uma revisão dos principais trabalhos acerca da dinâmica climática urbana focando as ilhas de calor e os impactos do processo de urbanização sobre as precipitações em várias cidades e áreas adjacentes do país. Outra grande contribuição que compõe essa área de estudo foi dada por Katzschner (1997), quando o mesmo desenvolveu um sistema de análise qualitativa do ambiente urbano, de modo que torna-se possível classificar os diversos setores do sítio urbano através de uma análise do uso e cobertura do solo. Ao cruzar os resultados dessa análise com dados provenientes de monitoramentos das condições do ar intraurbano, obtém- se uma classificação termodinâmica do ambiente urbano. As diferentes formas de uso e ocupação do solo e sua influência na formação de ilhas de calor na cidade de Graz, na Austrália, foi investigada por Lazar & Podesser (1999). Nesse mesmo ano, na cidade de Tókio no Japão, um estudo sobre os impactos causados pelo calor produzido por fontes antrópicas e suas influências na dinâmica climática urbana foi realizado por Ichinose et al. (1999), demonstrando como as reduções no consumo de energia nessa cidade podem contribuir para mitigar os impactos no clima urbano. No Brasil, Monteiro (1976) dá uma grande contribuição aos estudos da climatologia urbana ao formular sua proposta teórico-metodológica pautada na Teoria dos Sistemas. O Sistema Climático Urbano proposto pelo autor está pautado em três canais de percepção: o termodinâmico; o hidro meteórico e o físico-químico. Os três canais de percepção quando integrados são responsáveis pela dinâmica de todo o Sistema Climático Urbano. O Subsistema Termodinâmico é o mais estudado dentre os demais subsistemas climáticos propostos por Monteiro (1976), tanto nos países de clima tropical, como nos países de climas temperados. Esse subsistema está relacionado com o aumento do desconforto térmico e formações de ilhas de calor em áreas urbanas. Tal Subsistema também pode ser considerado a base para a promoção de ações que visem o conforto térmico de áreas urbanas, bem como se caracteriza como o nível fundamental da questão climática, ou seja, o ponto de convergência das demais componentes climáticas (MONTEIRO, 2003). Além disso, as alterações adversas provocadas nesse Subsistema podem causar ainda a redução do desempenho das atividades humanas (BRANDÃO, 2003). Basicamente, os trabalhos realizados à luz do Subsistema Termodinâmico realizam medições de variáveis climáticas como temperatura, umidade relativa do ar e velocidade dos ventos. Além disso, avaliam a influência da morfologia urbana e atividades inerentes ao ambiente urbano sobre o clima local. Tais medições são feitas com aparelhos específicos, como os termo-higrômetros, por exemplo, distribuídos ao longo do sítio urbano, de modo que os resultados obtidos são comparados com os de estações meteorológicas oficiais fixas (geralmente presentes nos aeroportos das cidades) que servem como uma estação de referência. O importante é que tal estação esteja localizada em áreas com características semelhantes às de um ambiente natural, a fim de que se possa comparar a diferença climática entre as temperaturas de uma área com características mais urbanizadas com as de um ambiente natural. Santos (2011) proporcionou uma grande contribuição para os estudos do clima urbano em cidades de clima tropical, já que o mesmo adaptou para cidades de clima tropical úmido a metodologia para a identificação do Índice de Desconforto de Thom (1959) que foi desenvolvida para Série Iniciados v. 23 205