Integração de medidas perceptivo-auditivas, acústicas e de autoavaliação em pacientes com nódulos vocais
correlação foi presente no jitter e shimmer dos indivíduos com LN. No jitter do grupo com NV a correlação foi positiva moderada. Conclui-se que existe diferença no número de fatores de risco pessoais, número de sintomas vocais, e nos dados perceptivos auditivos, acústicos e de autoavaliação entre pacientes com NV e LN. Assim como, os indivíduos com NV são mais sensíveis no que diz respeito aos sintomas vocais. Tendo em vista os aspectos observados existe correlação entre as medidas perceptivo-auditivas e acústicas entre pacientes com NV e pacientes com LN.
Palavras-chave: Avaliação vocal, nódulos vocais, Distúrbios de voz.
Apresentação
Processos patológicos que afetam a produção vocal, geralmente envolvendo as pregas vocais e a mucosa laríngea são chamados de distúrbios de voz. A etiologia destes distúrbios pode proceder de fatores orgânicos( anatômicos) ou funcionais( emocionais ou psicológicos), levando à disfonia, afonia e alterações na qualidade de voz, na altura e no tom( DECS).
Os aspectos envolvidos na produção vocal podem ser fisiológicos, auditivos, acústicos e emocionais, o que resulta na necessidade de uma visão multi e interdisciplinar na avaliação, diagnóstico e tratamento dos distúrbios da voz. Dessa forma, a avaliação vocal deve incluir dados de diferentes esferas, incluindo dados sobre análise perceptivo-auditiva, autoavaliação, o exame visual laríngeo e a avaliação acústica( DEJONCKERE et al., 2001).
De modo geral, o paciente que apresenta uma queixa vocal procura o otorrinolaringologista para realização do exame visual laríngeo, como primeiro procedimento para o diagnóstico do distúrbio da voz. Tal exame tem o objetivo de obter imagens das estruturas e do funcionamento da laringe, proporcionando uma caracterização fisiológica da alteração vocal presente( CAMARGO et al., 1997). Os efeitos que as lesões laríngeas causam na qualidade vocal podem ser traduzidos nas características do sinal de voz a serem observadas na análise acústica para fins de diagnóstico e / ou de terapia vocal. As alterações vocais associadas às lesões, de modo geral, ocasionam mudanças de comportamento nas características temporais e espectrais do sinal de voz( GODINO-LLORENT et al., 2006).
A autoavaliação se faz eficaz ao diagnóstico da alteração vocal, porém, vale salientar esta medida depende de características pessoais, sociais, culturais e profissionais de cada um, por este motivo, há a possibilidade de divergência na relação da intensidade ou prognóstico do desvio vocal.
A análise perceptivo-auditiva possibilita a avaliação de qualquer tipo de sinal vocal, desde os quase periódicos até aqueles com maior grau de periodicidade, embora dependa de vários fatores subjetivos, como a experiência do avaliador e até do estado emocional e físico do mesmo( LOPES et al., 2013).
As medidas acústicas oferecem uma forma de acesso à qualidade vocal, pois o sinal acústico é o subproduto da vibração das pregas vocais, gerada pelo equilíbrio das forças mioelásticas e aerodinâmicas( NAYAK et al., 2005). Em virtude de a avaliação acústica não ser invasiva e possibilitar dados quantitativos, ela é utilizada constantemente na prática clínica e em pesquisas na área( ULOZA et al., 2010).
As medidas acústicas tradicionais podem ser divididas em medidas de frequência fundamental, que medem o número de ciclos vibratórios completos da mucosa das pregas vocais por segundo, medidas de perturbação, que dizem respeito ao quanto um determinado período de vibração apresenta-se diferente do seguinte,
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