Distribuição espacial e temporal das síndromes de dispersão em inselbergue na caatinga paraibana
A região apresenta clima ‘semiárido
quente’ (Bsh) segundo classificação Köppen,
chuvas irregulares e os menores índices
pluviométricos do semiárido brasileiro,
com médias anuais entre 300-500 mm e
temperatura média anual de 26° C (PRADO,
2003). Além disso, caracteriza-se por
apresentar alta radiação, baixa umidade
relativa e baixa nebulosidade (MOREIRA;
TARGINO, 1997 / ALVES, 2013).
Na região prevalece um relevo com a
feição de pediplano de superfície irregular,
embutido na superfície de aplainamento
do planalto da Borborema e situa-se numa
área rebaixada pela ação das águas da
bacia hidrográfica do rio Paraíba, cortado
ocasionalmente por afloramentos rochosos
(inselbergues) residuais isolados e/ou em
alinhamentos
(NASCIMENTO;
ALVES,
2008). A cobertura vegetal é arbórea-
arbustiva
(ANDRADE-LIMA,
1981)
e
marcadamente xeromorfa (PRADO, 2003),
com predominância de atributos como
caducifolia, suculência e descontinuidade
na cobertura de copas (RODAL; SAMPAIO,
2002).
(1982), dividido em três grupos: anemocoria,
autocoria e zoocoria. Os hábitos foram
classificados de acordo com a literatura
especializada e o material testemunho
encaminhado ao Herbário Lauro Pires Xavier
(JPB), da Universidade Federal da Paraíba.
Os dados das precipitações mensais
foram obtidos do banco de dados da AESA
(Agência Executiva de Gestão das Águas do
Estado da Paraíba).
Análise de dados
Para verificar a normalidade dos
dados de frutificação dos indivíduos e
espécies, utilizou-se o teste Shapiro-Wilk.
Para a análise espacial, o transecto foi
subdividido em três blocos: baixa vertente de
0 a 250 metros, média vertente (250-500m)
e topo (500-750m). O perfil de elevação do
transecto foi obtido por meio do Google Earth
Pro a partir das coordenadas geográficas
coletadas em campo, com auxílio de GPS (Fig.
2). O teste de Qui-quadrado (x²) foi realizado
para verificar as possíveis diferenças entre as
síndromes, quanto ao número de espécies e
indivíduos, ao longo do gradiente altitudinal.
Coleta de dados
As visitas a campo foram realizadas
mensalmente, entre agosto de 2016 a agosto
de 2017, totalizando um ano de coleta. Foi
demarcado um transecto de 750m x 4m ao
longo de um gradiente altitudinal, que varia
de 585 metros de altitude no ponto i nicial a
725 metros no final. Ao longo do transecto
foram contabilizados o número de indivíduos
em frutificação e o número total de frutos
por espécie da comunidade vegetal. Também
foram coletados de 10 a 20 diásporos por
espécie para análises das características
morfológicas, tais como de comprimento,
diâmetro, peso e número de sementes. Os
frutos carnosos foram conservados em
álcool 70% e os secos, em sacos de papel,
e depositados no Laboratório e Ecologia
Vegetal da Universidade Federal da Paraíba,
campus IV – Rio Tinto.
A classificação das síndromes de
dispersão foi de acordo com Van der Pijl
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