Série Iniciados Vol. 23 | Page 141

Distribuição espacial e temporal das síndromes de dispersão em inselbergue na caatinga paraibana A região apresenta clima ‘semiárido quente’ (Bsh) segundo classificação Köppen, chuvas irregulares e os menores índices pluviométricos do semiárido brasileiro, com médias anuais entre 300-500 mm e temperatura média anual de 26° C (PRADO, 2003). Além disso, caracteriza-se por apresentar alta radiação, baixa umidade relativa e baixa nebulosidade (MOREIRA; TARGINO, 1997 / ALVES, 2013). Na região prevalece um relevo com a feição de pediplano de superfície irregular, embutido na superfície de aplainamento do planalto da Borborema e situa-se numa área rebaixada pela ação das águas da bacia hidrográfica do rio Paraíba, cortado ocasionalmente por afloramentos rochosos (inselbergues) residuais isolados e/ou em alinhamentos (NASCIMENTO; ALVES, 2008). A cobertura vegetal é arbórea- arbustiva (ANDRADE-LIMA, 1981) e marcadamente xeromorfa (PRADO, 2003), com predominância de atributos como caducifolia, suculência e descontinuidade na cobertura de copas (RODAL; SAMPAIO, 2002). (1982), dividido em três grupos: anemocoria, autocoria e zoocoria. Os hábitos foram classificados de acordo com a literatura especializada e o material testemunho encaminhado ao Herbário Lauro Pires Xavier (JPB), da Universidade Federal da Paraíba. Os dados das precipitações mensais foram obtidos do banco de dados da AESA (Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba). Análise de dados Para verificar a normalidade dos dados de frutificação dos indivíduos e espécies, utilizou-se o teste Shapiro-Wilk. Para a análise espacial, o transecto foi subdividido em três blocos: baixa vertente de 0 a 250 metros, média vertente (250-500m) e topo (500-750m). O perfil de elevação do transecto foi obtido por meio do Google Earth Pro a partir das coordenadas geográficas coletadas em campo, com auxílio de GPS (Fig. 2). O teste de Qui-quadrado (x²) foi realizado para verificar as possíveis diferenças entre as síndromes, quanto ao número de espécies e indivíduos, ao longo do gradiente altitudinal. Coleta de dados As visitas a campo foram realizadas mensalmente, entre agosto de 2016 a agosto de 2017, totalizando um ano de coleta. Foi demarcado um transecto de 750m x 4m ao longo de um gradiente altitudinal, que varia de 585 metros de altitude no ponto i nicial a 725 metros no final. Ao longo do transecto foram contabilizados o número de indivíduos em frutificação e o número total de frutos por espécie da comunidade vegetal. Também foram coletados de 10 a 20 diásporos por espécie para análises das características morfológicas, tais como de comprimento, diâmetro, peso e número de sementes. Os frutos carnosos foram conservados em álcool 70% e os secos, em sacos de papel, e depositados no Laboratório e Ecologia Vegetal da Universidade Federal da Paraíba, campus IV – Rio Tinto. A classificação das síndromes de dispersão foi de acordo com Van der Pijl Série Iniciados v. 23 141