Distribuição espacial e temporal das síndromes de dispersão em inselbergue na caatinga paraibana
conservação das espécies.
Características morfológicas como a
presença de flutuadores, estruturas aladas,
sementes e frutos atrativos ou comestíveis,
estruturas aderentes, estão associadas à
forma de dispersão, podendo esta ser de
vetores bióticos e/ou abióticos (FERREIRA;
BORGHETTI, 2004). Na vegetação tropical
úmida como a Mata Atlântica, a dispersão
ocorre com maior frequência por meio
biótico que por vetores abióticos (GRIZ;
MACHADO, 2001). As síndromes de dispersão
são definidas com base nas características
estruturais dos frutos e sementes, e estão
associadas a pelo menos um determinado
agente dispersor (FERREIRA; BORGHETTI,
2004).
A dependência estreita entre planta
e dispersor pode tornar crítico o equilíbrio
do sistema, uma vez que a remoção de um
ou outro pode afetar de modo irreversível o
“state steady” das populações (TERBORGH;
1986). A persistência desses organismos em
suas respectivas comunidades é controlada
pela oferta de recursos (para o animal) e pela
disponibilidade de sítios de estabelecimento
e presença de dispersor (para a planta), além
de outras condicionantes ambientais.
Metodologia e análise
Área de estudo
A Serra do Jatobá está localizada
no município de Serra Branca, no estado
da Paraíba, na mesorregião Borborema
e na microrregião do Cariri Ocidental,
distante certa de 240 km da capital (Fig. 1).
É um inselbergue de formações graníticas
e subalcalinas: calcialcalinas e toleíticas,
formadas no Pré-Cambriano (CPRM, 2006).
Ocupa uma área de aproximadamente 4 km²,
sendo que o ponto mais alto da serra chega
aos 745 metros de altitude (7°29’50.57”S
36°44’45.97”O).
Figura 1. Localização da Serra do Jatobá, Serra Branca, Paraíba. = Transecto utilizado na
coleta de dados.
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Série Iniciados v. 23