Série Iniciados Vol. 23 | Page 140

Distribuição espacial e temporal das síndromes de dispersão em inselbergue na caatinga paraibana conservação das espécies. Características morfológicas como a presença de flutuadores, estruturas aladas, sementes e frutos atrativos ou comestíveis, estruturas aderentes, estão associadas à forma de dispersão, podendo esta ser de vetores bióticos e/ou abióticos (FERREIRA; BORGHETTI, 2004). Na vegetação tropical úmida como a Mata Atlântica, a dispersão ocorre com maior frequência por meio biótico que por vetores abióticos (GRIZ; MACHADO, 2001). As síndromes de dispersão são definidas com base nas características estruturais dos frutos e sementes, e estão associadas a pelo menos um determinado agente dispersor (FERREIRA; BORGHETTI, 2004). A dependência estreita entre planta e dispersor pode tornar crítico o equilíbrio do sistema, uma vez que a remoção de um ou outro pode afetar de modo irreversível o “state steady” das populações (TERBORGH; 1986). A persistência desses organismos em suas respectivas comunidades é controlada pela oferta de recursos (para o animal) e pela disponibilidade de sítios de estabelecimento e presença de dispersor (para a planta), além de outras condicionantes ambientais. Metodologia e análise Área de estudo A Serra do Jatobá está localizada no município de Serra Branca, no estado da Paraíba, na mesorregião Borborema e na microrregião do Cariri Ocidental, distante certa de 240 km da capital (Fig. 1). É um inselbergue de formações graníticas e subalcalinas: calcialcalinas e toleíticas, formadas no Pré-Cambriano (CPRM, 2006). Ocupa uma área de aproximadamente 4 km², sendo que o ponto mais alto da serra chega aos 745 metros de altitude (7°29’50.57”S 36°44’45.97”O). Figura 1. Localização da Serra do Jatobá, Serra Branca, Paraíba. = Transecto utilizado na coleta de dados. 140 Série Iniciados v. 23