Qualidade e conservação pós-colheita de Abacaxi Pérola sob recobrimentos
à base de quitosana associada à infusões de sementes de plantas medicinais
A acidez titulável (AT) não foi
influenciada pela interação entre o tempo
de armazenamento e os recobrimentos
utilizados, apresentando apenas efeito
isolado de ambos (Figura 3). A acidez
titulável teve um acréscimo do dia 0 até
o 15° dia de armazenamento, com uma
leve queda no final do armazenamento. As
infrutescências sem recobrimento (C) e com
revestimento de quitosana (Q) apresentaram
os maiores valores de AT com médias de
0,83 e 0,81 g.100g -1 , respectivamente. Os
menores valores de AT foram registrados
nas infrutescências recobertas com QE e
QG. Treviño-Garza et al. (2017) verificou
tendência semelhante a encontrada neste
trabalho, onde houve uma diminuição na
AT ao longo do armazenamento de abacaxi
fresco com revestimentos comestíveis.
A diminuição deste parâmetro é devido à
transformação de ácidos no processo de
amadurecimento da fruta (Benítez et al.,
2014).
Amariz et al. (2010), também
observou comportamento similar para AT
de mangas ‘Tommy Atkins’ recobertas com
carboximetilcelulose e dextrina e armazenada
sob refrigeração. Lima et al. (2012),
verificaram que o uso de recobrimentos de
fécula de mandioca combinado com extratos
de erva doce, não afetaram o teor de AT
de mangas ‘Tommy Atkins’, resultados
diferentes
foram
encontrados
neste
trabalho, onde se verificou efeito marcante
dos recobrimentos na AT das infrutescências.
Figura 3. Acidez titulável (AT g.100g -1 ) de infrutescências de abacaxizeiro ‘Pérola’ recobertos
com quitosana 1,5 % (Q), quitosana 1,5% + infusão de erva doce 3% (QE), quitosana 1,5% +
infusão girassol 3% (QG) e sem recobrimentos (C), armazenadas durante 18 dias na condição
ambiente (22,3±2°C e 88±5% U.R.).
*Médias seguidas das mesmas letras nas colunas não diferem entre si pelo teste de Tukey em até 5% de probabilidade.
O teor de sólido solúvel (SS - %) não
foi influenciado pela interação entre o tempo
de armazenamento e os recobrimentos
utilizados,
ocorrendo
apenas
efeito
isolado de ambos (Figura 4). Os teores de
SS apresentaram um aumento quadrático
durante o armazenamento, tendo as
infrutescências no final do armazenamento
média de 12,33 %. Os recobrimentos QE e Q
apresentaram os maiores valores de SS com
médias de 12,44 e 12,17 %, respectivamente.
Verificou-se os menores valores de SS
nas infrutescências recobertas com QG,
com média de 11,76%. Guimarães et al.
(2017) estudando o comportamento de
abacaxis ‘Pérola’ submetidos a diferentes
recobrimentos biodegradáveis durante o
armazenamento em temperatura ambiente
por 18 dias constatou que o conteúdo de
sólidos solúveis (SS) foi afetado pela aplicação
de revestimentos biodegradáveis indicando
uma menor taxa metabólica fornecida por
esses revestimentos.
Viana et al. (2009), quando estudando
as
características
físico-químicas
de
abacaxi ‘Pérola’ minimamente processada e
tratadas com recobrimentos biodegradáveis,
observaram comportamento semelhante ao
encontrado neste trabalho, com aumento no
conteúdo de SS durante o armazenamento.
Série Iniciados v. 23
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