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Qualidade e conservação pós-colheita de Abacaxi Pérola sob recobrimentos à base de quitosana associada à infusões de sementes de plantas medicinais (WANG et al., 2009), tanto por sua ação fungitóxica, que inibe o crescimento micelial e a germinação de esporos, quanto pela presença de compostos elicitores (PEREIRA et al., 2008). Também neste contexto, a semente de girassol (Helianthus annuus L.) é uma cultura diferenciada por conter abundante gama de nutrientes e elevada ação antimicrobiana e atividade biológica, sendo considerada um alimento funcional. Adicionalmente, o extrato da semente apresenta atividade bactericida e fungicida por extrair flavonoides, alcaloides, saponinas e taninos que comprovadamente inativam a adesão microbiana (GUO et al, 2017). A infusão é uma técnica simples e que ao longo da história veem disponibilizando estas substâncias e princípios ativos no preparo de chás, podendo ser uma forma de incorporar estas substâncias aos recobrimentos. Neste sentido tais tecnologias têm se mostrando com forte potencial para aplicação na indústria de alimentos, visando preservar e assegurar a qualidade, prolongando a vida útil de infrutescência de abacaxi ‘Pérola’, garantindo consequentemente, o sucesso na comercialização e aceitação por parte do consumidor. Diante do exposto este trabalho tem como objetivo avaliar as mudanças ocorridas na qualidade e conservação pós- colheita durante o armazenamento de infrutescências de abacaxizeiro ‘Pérola’ sob recobrimentos biodegradáveis de quitosana associados com infusões de sementes de erva doce e girassol. Material e métodos Condução do experimento As infrutescências de abacaxizeiro ‘Pérola’ (Ananas comosus var Comosus.) foram colhidas manualmente de plantio comercial localizado no município de Santa Rita – PB, na maturação comercial, com as infrutescências apresentando início de pigmentação amarela na base. Em seguida os abacaxis foram transportados para o laboratório de Biologia e tecnologia pós-colheita (LBTPC) do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba (CCA/UFPB), em caixas com sacos bolha para minimizar os danos mecânicos. No Laboratório as infrutescências foram lavadas em água corrente com utilização de escovas para remoção de sujeiras aderidas entre as malhas, em seguida foram imersas em solução hipoclorito de sódio a 200 mg.L -1 , durante 5 minutos e depois imersas em água destilada durante 2 minutos. Após secagem sob a condição ambiente, as infrutescências foram submetidas aos seguintes recobrimentos: quitosana 1,5% (Q), quitosana 1,5% + infusão de sementes de erva doce 3% (QE), quitosana 1,5% + infusão de sementes de girassol 3% (QG) e o controle (C), infrutescências sem recobrimentos. O experimento foi conduzido em delineamento inteiramente casualizado em esquema fatorial 4x7 (recobrimentos x períodos de avaliações), com quatro repetições, compostas por uma infrutescência por repetição. As infrutescências foram avaliadas a cada 3 dias, durante 18 dias de armazenamento na condição ambiente (22,3±2°C e 88±5% U.R.). Preparo e aplicação dos recobrimentos Quitosana 1,5% (Q): foi preparada emulsão de quitosana (Polymar) a 1,5 %, pela diluição em solução de ácido acético a 1% e agitada por 2 horas até completa homogeneização. Em seguida, foi adicionado à emulsão alginato de sódio 0,5 % e glicerol 0,5 % como agente plastificante. Quitosana 1,5 % + infusão de erva doce 3% (QE): foi preparada uma infusão de sementes de erva doce (Pimpinella anisum L.) a 3%, pesando-se 3 g de sementes de erva- doce em um Becker de 250 mL em balança semi-analítica, completando até 100 mL com água fervente. Os recipientes com a infusão de sementes permaneceram durante 15 min na água cobertos com vidro de relógio, e depois foram filtrados. Em seguida adicionou-se o filtrado da infusão na Quitosana 1,5% (Q). Série Iniciados v. 23 119