Qualidade e conservação pós-colheita de Abacaxi Pérola sob recobrimentos
à base de quitosana associada à infusões de sementes de plantas medicinais
o ano de 2017 a estimativa de produção foi de
1.562,166 frutos, neste cenário de produção
nacional a Paraíba ocupou a terceira
colocação com produção de cerca de 30.033
frutos por hectares, perdendo apenas para os
estados de Minas Gerais e Pará (IBGE, 2018).
O abacaxizeiro ‘Pérola’ é uma frutífera
de grande importância socioeconômica na
fruticultura familiar do estado da Paraíba,
cuja infrutescência, o abacaxi, apresenta
elevado consumo devido suas características
sensoriais diferenci adas de aroma e sabor.
Essa infrutescência é também uma das
principais frutas tropicais, sendo rica em
nutrientes, especialmente cálcio e potássio,
antioxidantes como a vitamina C, polifenóis
e flavonoides (CHAKRABORTY et al., 2015).
Essa cultivar é a mais plantada e consumida
no Brasil (DANTAS et al., 2015) e destaca-se
por apresentar características sensoriais e
nutricionais atrativas internacionalmente,
por possuir polpa suculenta e saborosa,
pouca acidez e é considerada ideal para o
consumo fresco, sendo dessa forma bastante
aceito pelos consumidores (BERILLI et al.,
2011).
Entretanto, estas infrutescências
apresentam curta vida útil pós-colheita
(MARTINS et al., 2012) fator e que dificulta
sua exportação. Sendo necessário uso de
tecnologias apropriadas para aumentar
a sua vida pós-colheita. Assim, dentre
os cultivares de abacaxi, o Pérola tem
sido cada vez mais estudado, sendo o
armazenamento sob temperatura baixa,
a forma mais utilizada para aumentar
esse período, retardando a senescência e
minimizando o desenvolvimento de doenças
(PUSITTIGUL et al., 2012). Porém, muitas
vezes o emprego desta tecnologia não é
aplicável à abacaxicultura familiar, seja pela
proximidade do destino ou o alto custo do
transporte refrigerado (GUIMARÃES et al.,
2017).
Diversas
tecnologias
têm
sido
utilizada para extensão da vida útil pós-
colheita dos frutos como, o armazenamento
em frio, reguladores de plantas (ZHANG
et al., 2017), atmosferas modificadas e
recobrimentos biodegradáveis e comestíveis
(GUIMARÃES et al., 2017, TREVIÑO-GARZA
et al., 2017), que se caracterizam como
tecnologias sustentáveis (RODRIGUES et
al., 2018). Esses atuam como boas barreiras
aos gases (HAMZAH et al., 2013), resultando
em diminuição da atividade respiratória
(CHIUMARELLI et al., 2011) e redução da
perda de água (LIMA et al., 2012). Desta forma,
a utilização de recobrimentos biodegradáveis
para prolongar a vida útil pós-colheita de
frutos é uma alternativa tecnológica de
elevado potencial (RAYBAUDI-MASSILIA et
al., 2008; CHIUMARELLI e HUBINGER, 2014;
AZERÊDO et al., 2016).
Os recobrimentos biodegradáveis
possuem função de proteger, bem como
ocasionar a modificação da atmosfera
de forma a minimizar trocas gasosas
provenientes da respiração e transpiração
(PARK, 2003; RODRIGUES et al., 2018),
apresentando-se como possibilidade de
elevar o padrão de qualidade para garantir
a competitividade e
boa aceitação no
comercialização (LIMA et et al., 2012).
Apenas com a oferta de frutos de excelente
qualidade, pode-se atingir competitividade
internacional (GUARÇONI & VENTURA,
2011). Para Tharanathan (2003), os biofilmes
constituem um nicho de mercado e uma
alternativa tecnológica que será o futuro
na conservação de alimentos, sendo sem
dúvida um caminho atraente para a gestão
ambiental de resíduos, além de sua utilização
em
favorecer
benefícios
econômicos
aos agricultores e agroindústrias, como
reportado por Rodrigues et al. (2017).
Mas, apenas o emprego do biofilme
pode não ser eficiente em prolongar a vida
útil pós-colheita de abacaxi, pois durante o
transporte as infrutescências tornam-se mais
susceptíveis ao ataque de pragas e doenças.
Por outro lado, é crescente a preocupação do
consumidor com o uso de agrotóxicos nos
hortifrutifrutícolas (AZERÊDO et al., 2016).
Portanto, o desenvolvimento de tecnologias
limpas que permita o uso de produtos
naturais que propicie o controle de doenças
pós-colheita em frutos e hortaliças, sem
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