Série Iniciados Vol. 23 | Page 111

Qualidade de frutos da cajazeira verdes e maduros de plantas de ocorrência no município de Areia-PB A redução do conteúdo de ácidos durante a maturação de frutos do gênero Spondias também reportado para umbu-cajá por Gondim et al. (2013). O teor de ácidos orgânicos, geralmente diminui com a maturação dos frutos, em decorrência da utilização no processo respiratório, no ciclo de Krebs e/ ou conversão desses em açúcares durante a gliconeogênese (CHITARRA & CHITARRA, 2005). Relação SS/AT A relação SS/AT aumentou durante a maturação, de modo que em frutos verdes foi de 3,24, atingindo o índice de 7,41 em frutos colhidos no estádio totalmente amarelado, o que representou um aumento de 43,73%, indicando frutos mais palatáveis. Segundo CHITARRA & CHITARRA, (2005) a SS/AT é um bom indicativo do grau de maturação e, portanto, do sabor da maioria dos frutos, sendo mais representativo para estimar esta propriedade do que os SS ou AT isoladamente. Potencial hidrogeniônico (pH) O pH aumentou durante a maturação, como resultado da diminuição do conteúdo de acidez titulável. No fruto totalmente verde o pH foi de 2,91 que aumentou para 3,18 em cajás do estádio de maturação totalmente amarelado. Esses valores estão bem acima do pH mínimo estabelecido no Padrão de Identidade e Qualidade (PIQ) para polpa de cajá, que é de 2,2 (Brasil, 1999), caracterizando frutos de qualidade adequada para a preparação de polpas. MOURA et al. (2004) relataram para a composição da polpa de cajá, pH de 2,90 na polpa do fruto maduro, próximo do aqui observado para cajás colhidos totalmente verdes no município de Areia. O pH de cajás totalmente amarelados deste trabalho foi superior aos reportados para polpa congelada por Oliveira et al. (2000) (2,57) e Silva et al. (2012) (2,54). 112 Série Iniciados v. 23 Ácido ascórbico Os frutos da cajazeira apresentam conteúdo apreciável de ácido ascórbico que diminui com o avanço da maturação, em frutos colhidos no estádio totalmente amarelado. Nos frutos totalmente verdes, o teor de ácido ascórbico (AA) foi 37,73 mg.100g -1 que declinou para 30,15 mg.100g -1 nos frutos totalmente amarelados (Tabela 1), com declínio de 10,61% durante a maturação. Em cajás, o conteúdo de ácido ascórbico contribui para o significativo potencial antioxidante, conforme alegado a este fruto por Silva et al. (2013) e, portanto, para contribui para a valorização do consumo de polpa de cajá. A vitamina C ou ácido ascórbico encontra-se na natureza sob duas formas: reduzida ou oxidada (ácido deidroascórbico); ambas são igualmente ativas, porém a forma oxidada está muito menos difundida nas substâncias naturais. A transformação do AA em ácido deidroascórbico ocorre normalmente no interior do organismo e é reversível, permitindo que uma de suas substâncias possa sempre ser transformada na outra. Essa capacidade de transformação funciona como um sistema oxidorredutor capaz de transportar hidrogênio nos processos de respiração, no nível celular. O ácido ascórbico participa dos processos celulares de oxirredução, como também é importante na biossíntese das catecolaminas. Previne o escorbuto, é importante na defesa do organismo contra infecções e fundamental na integridade das paredes dos vasos sanguíneos. É essencial para a formação das fibras colágenas existentes em praticamente todos os tecidos do corpo humano (derme, cartilagem e ossos) (WELCH et al., 1995). Conclusão Cajás colhidos no estádio de maturação totalmente amarelado apresentaram maiores valores de massa e os maiores comprimentos e diâmetros, indicando assim, maiores possibilidades na escolha pelo consumidor nos mercados, nos quais a maturação mais avançada do fruto