Qualidade de frutos da cajazeira verdes e maduros de plantas de ocorrência no município de Areia-PB
correspondendo a um declínio de 49,43%
entre esses dois estádios de maturação.
A perda da firmeza durante a maturação
dos frutos é decorrente da degradação dos
polímeros da parede celular, como celulose,
hemicelulose e pectina, processo regulado
por etileno em frutos climatéricos que resulta
no amaciamento da polpa (CHITARRA &
CHITARRA, 2005). Em frutos de Spondias,
a firmeza é um parâmetro importante que
reflete a evolução da textura nos tecidos do
fruto durante o crescimento, maturação,
conservação e vida pós-colheita (COSTA et
al., 2015).
Massa fresca
A massa fresca de cajás aumentou
durante a maturação com massa de 9,96g
no fruto totalmente verde para o totalmente
amarelado (14,57g), correspondendo a um
incremente de massa de 31,64%.
A massa de frutos da cajazeira
pode variar entre 4,8 a 37,4 g (MOURA et
al., 2004). Adicionalmente, com base na
massa do cajá este fruto pode ser agrupado
na seguinte classificação: frutos grandes,
os com massa superior a 15g; médios entre
12g e 15g; pequenos, inferior a 12g (BOSCO
et al. 2000). Portanto, os cajás colhidos no
estádio totalmente amarelos de cajazeiras
de ocorrência no Brejo Paraibano, avaliados
neste trabalho podem ser classificados como
de tamanho médio.
Comprimento e Diâmetro
O comprimento e diâmetro diferiram
entre frutos dos dois estádios de maturação.
O comprimento dos frutos da cajazeira
variaram de 32,63 mm em frutos totalmente
verdes (TV) para 36,92 mm nos colhidos no
estádio de maturação totalmente amarelado
(TA), o que corresponde a um incremento
no comprimento de 11,62% durante a
maturação.
Por sua vez, o diâmetro em frutos totalmente
verde foi de 22,67 mm, que evoluiu para
26,83 mm em frutos totalmente amarelados,
caracterizando um aumento de 15,50% e
indicando que o fruto se expande com a
evolução da maturação.
De acordo com CHITARRA &
CHITARRA (2005) quando o quociente entre
o comprimento e o diâmetro se aproximar de
1.0, o fruto terá formato mais arredondado.
Portanto os frutos do estádio totalmente
amarelado são mais arredondados, pois seus
quocientes entre comprimento e diâmetro
foram mais próximos de 1 em cajás deste
estádio de maturação.
Sólidos solúveis (SS)
O conteúdo de sólidos solúveis (SS)
aumentou durante a maturação variando
de 8,25% para 15,42% do fruto totalmente
verde para o totalmente amarelado,
respectivamente, correspondendo a um
incremento de 46,5% de acúmulo de solutos
durante a maturação (Tabela 1).
O estádio de maturação verde
apresentou níveis abaixo do mínimo exigido
(9,00°Brix) pelo PIQ Padrão de Identidade e
Qualidade para polpa de cajá (Brasil, 1999),
conforme também descrito para umbu-cajá
por Gondim et al. (2013).
De acordo com CHITARRA &
CHITARRA (2005) o teor de sólidos solúveis
tende a aumentar durante a maturação
devido a biossíntese de açúcares solúveis ou
a degradação de polissacarídeos, a exemplo
do amido, das hemiceluloses, celulose e
polissacarídeos pecticos da parede celular.
Portanto, cajás colhidos de plantas de
ocorrência no Brejo Paraibano apresentam
metabolismo intenso que resulta no acumulo
de solutos durante a maturação.
Acidez titulável (AT)
A acidez titulável (AT) diminuiu
durante a maturação, com teor médio de 2,54
g de ácido cítrico.100g -1 de polpa em frutos do
estádio de maturação verde, declinando para
2,08 g de ácido cítrico.100g -1 de polpa (Tabela
1), em frutos colhidos no estádio totalmente
amarelo, caracterizando frutos de menor
acidez, o que representa uma redução 18,11%
no conteúdo de ácidos durante a maturação.
Série Iniciados v. 23
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