Série Iniciados Vol. 23 | Page 107

Qualidade de frutos da cajazeira verdes e maduros de plantas de ocorrência no município de Areia-PB Neste sentido, a cajazeira (Spondias mombin L.) pertence à família Anacardiaceae, (SILVA et al., 2012) e é encontrada principalmente nos Estados do Norte e Nordeste do Brasil, sendo que seus frutos recebem diferentes denominações, tais como: cajá, cajá verdadeiro, cajá-mirim ou taperebá (SOARES et al., 2006; SILVA & SILVA, 2005). Os frutos da cajazeira são extensivamente comercializados durante a safra, sendo amplamente consumidos de diferentes maneiras, por suas características sensoriais únicas, caracterizando-se como uma fonte de emprego, renda e bom desempenho socioeconômico nas áreas de ocorrência nas diferentes regiões, especificamente nas regiões Norte e Nordeste do Brasil. No Nordeste ocorre espontaneamente em condições silvestres, competindo com outras espécies vegetais e em quintais, sítios e, até mesmo, na proteção e sombreamento do cacaueiro (SANTANA, 2010). A cajazeira apresenta tronco ereto de até 2 m de circunferência, que pode atingir até 30 m de altura (MOURA et al., 2004), sendo a árvore mais alta do gênero Spondias (VILLACHICA, 1996) e seus frutos são caracterizados como drupa de 3 a 6 cm de comprimento, cor variando do amarelo ao alaranjado, casca fina, lisa, suculenta, de sabor ácido-adocicado (SILVA & SILVA, 1995) que lhes conferem ótima aceitação pelo consumidor e pela indústria (SILVA et al., 2013). Neste sentido, o cajá é um fruto tropical com crescente valor de mercado, principalmente no Nordeste brasileiro, onde ocupa lugar de destaque na produção e comercialização de polpa, pela excelente qualidade sensorial que apresenta (SILVA et al., 2012). Além disso, devido ao sabor e aroma característico dos seus frutos e rendimento de polpa acima de 60%, possui grande interesse do setor de processamento industrial, sendo muito procurados para processamento em polpas, sucos, geleias, néctares e sorvetes de excelente qualidade e alto valor comercial, o 108 Série Iniciados v. 23 que torna viável uma maior exploração dessa fruteira (MOURA et al., 2004). Em contraste, o cajá ainda é pouco comercializado nos grandes centros de comercialização. Com base no exposto, o objetivo deste trabalho foi avaliar as mudanças nos atributos físicos e físico químicos de frutos de cajazeiras em seus estádios de maturação verde e totalmente amarelado, a partir de frutos oriundos do município de Areia-PB. Materiais e métodos Os frutos foram colhidos de 12 plantas de ocorrência espontânea no município de Areia-PB, localizado na microrregião do Brejo Paraibano, com Latitude de 06°- 57’- 48’’- S, Longitude de 35°- 41’- 30’’- W e altitude de 618m. O clima pela classificação de Köppen é do tipo AS’ (quente e úmido), com precipitação pluviométrica média anual em torno de 1500 mm e temperatura oscilando de 22 a 26 °C e umidade relativa do ar elevada de 75 a 87 % (BRASIL, 1972). Os frutos da cajazeira foram colhidos em dois estádios de maturação TV e TA com base na coloração da superfície da casca, onde TV é totalmente verde (figura 1A) e TA é totalmente amarelado (Figura 1B). Após a colheita os frutos foram transportados em caixas tipo K para o Laboratório de Biologia e Tecnologia de Pós Colheita (LBTPC), onde foram sanificados, colocados em câmara fria para remoção do calor do campo e ,em seguida, avaliados. Os frutos foram colhidos aleatoriamente de 12 plantas e selecionados quanto aos estádios (Figura 1), para a caracterização física e físico química. Para as avaliações das características físicas foram utilizados 80 frutos para cada estádio de maturação, sendo que cada fruto correspondia a uma repetição. Para as avaliações físico-químicas, polpa de 20 frutos foram homogeneizados para cada repetição, em 4 repetições. Os frutos de cada estádio de maturação foram avaliados para as seguintes características físicas e físico-químicas: