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ISBN 978-65-991619-0-2 cotidiano da vida social, da contradição entre o proletariado e a burguesia, a qual passa a exigir outros tipos de intervenção mais além da caridade e repressão (IAMAMOTO, 2009, p.77). A questão social se expressa de diversas formas em nossa sociedade. Algumas dessas expressões se apresentam de maneira mais pungente que outras. O trabalho infantil se apresenta como expressão viva da subalternidade de muitas famílias brasileiras que, por não terem condições de suprir as necessidades básicas para sua sobrevivência, acabam por permitir que suas crianças exerçam funções alheias à sua idade, compleição física e preparo psicossocial. A desigual distribuição de renda em nosso país faz com que milhares de pessoas vivam no limite da pobreza, diversas vezes em situação de miserabilidade, obrigando as famílias a se sujeitarem a formas precárias de trabalho, formas informais e, muitas vezes ilegais, como é o caso do trabalho infantil. De acordo com Kassouf (2005), o tamanho das famílias e a renda familiar são fatores determinantes para a prática do trabalho infantil. A criança que se submete a esse tipo de trabalho o faz por necessidade de se manter e, muitas vezes, de manter sua família. Eles não têm consciência do quanto essa prática, pode ser prejudicial ao seu desenvolvimento e muito menos os reflexos disso na vida adulta. Mas ainda que tivessem essa consciência, mesmo assim eles o fariam, porque as necessidades são diárias e urgentes, a fome e a garantia de um teto não podem esperar por uma contratação formal, precisam ser sanadas dia a dia. Social Meeting Scientific Journal, São Paulo, Brasil, v. I, n. 1, ano 1 junho de 2020 (edição especial de lançamento) 53