Social Meeting Scientific Journal eSocial Brasil | Page 32
ISBN 978-65-991619-0-2
com a dialética marxista a práxis se relaciona a construção
de instrumentos de ação que levem à transformação de
estruturas sociais e somente tem sentido quando as
atitudes dos homens levam a essa transformação da
natureza. É uma atividade prático-crítica, consciente às
pessoas.
Nesse sentido, pensando que a resistência seja um
movimento provocador de duas saídas para a relação com
o outro: de barragem, ou intercâmbio, que levaria à
exclusão ou inclusão, é possível compreender a práxis como
construção de instrumento de ações para a inclusão.
Contextualizando o período atual da organização das
sociedades ocidentais pós modernas como
fundamentalmente em rede, conforme propõe alguns
filósofos e sociólogos como Levy, Castells, Chomsky,
Lipovetsky, entre outros, é possível propor que a concepção
de uma sociedade em rede pode vir a propiciar uma
abertura maior para a percepção da diferença e do apoio
entre integrantes. Em outras palavras, a práxis para a
atualidade em inclusão social residiria no aproveitamento
do movimento de resistência que propiciaria não o
mantenimento do recalcamento da diferença, mas sim o
fortalecimento da rede de integração.
Castells, em seu livro “Redes de indignação e
esperança” (2017) traz um importante entendimento sobre
o que poderia ser proposto como ação para transformação:
o sentimento de pertencimento de uma sociedade em rede
em que o sentimento de fraternidade se sobreponha à
exclusão da diferença. A percepção de uma sociedade em
rede traria a possibilidade de um entrelaçamento dos
sujeitos em uma cultura global que permitiria a indignação
coletiva facilitaria o sentimento de esperança, fortalecendo
a característica que Bion denominou como “fé” no grupo,
Social Meeting Scientific Journal, São Paulo, Brasil, v. I, n. 1, ano 1 junho de 2020 (edição especial de lançamento)
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