Social Meeting Scientific Journal eSocial Brasil | Page 31
ISBN 978-65-991619-0-2
Pode-se ampliar esse exemplo a todas as mínimas
diferenças presentes nos grupos e podemos refletir com
segurança que quanto maior hostilidade circular entre os
integrantes do grupo, maior a tendência a direcioná-la ao
portador da diferença.
Nesse sentido, pode-se pensar que em todos os
grupos, sejam eles maiores ou menores, o critério da grande
ou pequena diferença é o mais importante para a inclusão
ou exclusão. A lógica seria mais ou menos assim: o que
acredito não aceitável em mim pode ser depositado no
outro e é melhor que esse outro que carrega o que não
aceito em mim fique bem longe para não me confrontar com
aquilo que não quero entrar em contato. Eis a relação da
resistência com a exclusão. Resisto pensar sobre aquele que
pode trazer desorganização, pode atrapalhar a tradição do
meu grupo. É importante ressaltar que seríamos ingênuos
também em pensar que os grupos ou sujeitos que carregam
a projeção da exclusão em si mesmos também não o fazem
com os outros. O que pode ocorrer é que a exclusão pode
levar o sujeito também a se identificar com essa imagem, o
que dificulta ainda mais a transformação para um lugar de
inclusão.
As estratégias de inclusão passariam, assim a priori,
pelo fortalecimento do “espirito de grupo”, conforme o
conceito de Bion (1975) para que assim as verdades
possam ser buscadas sem o terrorismo da desorganização.
Bion (1975) propõe no tratamento psicanalítico a busca
pelo amor as verdades, ou seja, um exercício de ligação e
uma espécie de desligamento, cada vez maior, dos ataques
às ligações.
A práxis, noção fundamental proposta por
Aristóteles e aprofundada por Karl Marx (1867), pressupõe
a transformação da natureza por meio da ação. De acordo
Social Meeting Scientific Journal, São Paulo, Brasil, v. I, n. 1, ano 1 junho de 2020 (edição especial de lançamento)
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