Social Meeting Scientific Journal eSocial Brasil | Page 30
ISBN 978-65-991619-0-2
pensamento sobre o conceito de narcisismo das pequenas
diferenças discutindo a respeito da agressividade
fundamental que os homens voltam a aqueles que
compreendem não fazerem parte de seu grupo. Isso
corresponderia a uma forma mais aceita de escoamento da
agressividade, já que o não pertencente ao grupo seria um
intruso e diante disso, não poderia haver qualquer aliança
possível de lealdade com ele, ao passo que o sentimento
de pertencimento e coesão com o grupo que o sujeito sente
fazer parte se ampliaria.
Essa forma de escoar a agressividade propiciaria o
surgimento de guerras e batalhas entre povos e grupos
distintos, além de perseguição ideológica, política e
religiosa. Freud (1929) sintetiza esse movimento com a
seguinte percepção: “o homem civilizado trocou uma
parcela de suas possibilidades de felicidade por uma
parcela de segurança” (p. 119).
E essa segurança pode ser reconhecida em
igualdade em mínimas situações. Pode-se, por exemplo citar
como modelo para essa discussão a rivalidade, muitas vezes
mortífera das torcidas de futebol. Se observarmos mais
atentamente, os torcedores pertencentes aos grupos,
podemos perceber que se identificam em faixa etária,
gênero, posição social, escolaridade, vestuário, trabalho,
interesses culturais, entre outros aspectos, porém, há uma
mínima diferença que se torna aumentada diante de uma
competição esportiva: a representação do time rival. O
sujeito torcedor do outro time encarnaria a própria
representação da diferença e, portanto, pode ser alvo do
direcionamento de toda a hostilidade possível, chegando
em casos extremos à intenção de que se mate
concretamente esse diferente.
Social Meeting Scientific Journal, São Paulo, Brasil, v. I, n. 1, ano 1 junho de 2020 (edição especial de lançamento)
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