“Sim! A gente tem o que dizer!” (e-book) | Page 34

Jurema estava, voltaram para procurá-la, encontrando-a, porém, sem vida. Em pouco tempo, ao redor da onça se formou uma roda composta por integrantes da tribo, pelos outros animais celestiais e os líderes das demais comunidades, que vieram ajudar no controle do incêndio. Tristes com a morte do animal, todos procuravam um culpado, enquanto buscavam uma solução para a situação. O mais velho dos líderes, finalmente, propôs que um dos melhores guerreiros da comunidade fosse chamado e enviado em busca da deusa Jaci, argumentando que ela teria uma solução para tudo o que estava acontecendo. O jovem Iraê foi escolhido, graças às suas grandes habilidades. Antes de despedi-lo para sua jornada em busca de Jaci, o ancião lhe entregou um magnífico colar, com pedras preciosas e únicas, cunhadas pela própria deusa. Rumo ao seu objetivo, Iraê se dirigiu ao Pico da Neblina, o ponto mais alto da Amazônia. No meio do caminho ele via a devastação ocasionada pelo incêndio que ainda persistia, deixando muitos animais mortos e uma grande fumaça onde antes prevalecia o verde. Chegando ao topo do pico, um ritual em tupi-guarani, acompanhado com o som de uma flauta, foi praticado a fim de invocar Jaci, a deusa da lua. Se aproximando do término do culto, uma chuva de granizo começou a ser derramada por toda a região. Em contato com o fogo que assolava a área, o gelo ia derretendo e a água resultante foi apagando as chamas. Pouco tempo depois, Jaci apareceu nas nuvens e, soberanamente, celebrou a bela música entoada. Iraê, temeroso e confiante, narrou à deusa o que estava acontecendo nas florestas. Jaci ficou surpresa com o ocorrido. Disse à Iraê que não estava a par da situação, pois se encontrava auxiliando outras pessoas, em outro continente. Após ouvir a descrição de Iraê, Jaci, prontamente, desceu 34