to de Pesquisas Econômicas ( Fipe ), da Universidade de São Paulo ( USP ), constatou que 96,5 % dos entrevistados admitiram o preconceito contra pessoas com deficiência . O estudo foi feito com alunos , professores , pais e funcionários em 501 escolas do Brasil .
“ É papel do professor se atentar à importância do respeito para trabalhar com sua turma e , se necessário , com a escola . É possível fazer projetos , palestras , gincanas , atividades em grupo e outras coisas para trabalhar tais problemáticas ”, explica a psicóloga .
Naquela época ...
Aos 11 meses de idade , Marilene , hoje com 43 anos , sofreu uma forte convulsão e acabou perdendo os movimentos das pernas . Seu sistema nervoso foi contaminado pelo poliovírus , causador da Poliomielite ou Paralisia Infantil . Durante a escolarização , sofreu com algumas dificuldades de acesso , entre elas a de usar ao banheiro .
“ Não tínhamos um banheiro adaptado , as portas eram muito apertadas . Eu precisava ser carregada no colo até o local do vaso sanitário ”, conta a autônoma .
Segundo Marilene , além da falta de acessibilidade , o convívio com os colegas também era uma barreira .
“ Falavam que eu era diferente e não ficavam perto de mim .
Eu dependia muito dos alunos , alguns até me ajudavam , outros não faziam por receio . Mas isso não aconteceu em todas as escolas em que estudei ”.
A professora da rede estadual de ensino de Barra do Garças Jorcelei Tezori pontua que a cultura inclusiva precisa ser criada para haver o respeito .
“ Não foi fácil ; eu me adaptei à minha maneira ”
Marilene Santos
“ Aprender a conviver com as diferenças é muito importante . Muitos falam sobre isso , mas , quando são obrigados a dividir as mesmas coisas , a atitude se torna negativa . Algumas vezes percebemos a repugnância . Isso é o preconceito disfarçado e precisa ser mudado ”, esclarece a profissional .
À medida que foi crescendo , Marilene conta que foi observando algumas mudanças na infraestrutura das intituições . “ Hoje eu vejo que as escolas estão melhores do que antigamente . Antes , as estruturas não eram adequadas , não tínhamos profissional de apoio e hoje temos esse direito ”.
O intérprete e professor de Libras Lucas Baracho faz uma análise do tratamento dado aos alunos surdos dentro das instituições de ensino no século XIX . “ Houve um período , chamado oralismo , em que eles foram proibidos de sinalizar . Nessa época , eles sofreram bastante porque tinham os braços amarrados para trás . Às vezes , eles chegavam a apanhar nas mãos quando sinalizavam ”.
A professora de Libras da UFMT Araguaia Sílvia Calixto nasceu com surdez profunda e também enfrentou dificuldades na escola . Hoje , ela defende que professores saibam Libras para poderem ajudar alunos surdos e pontua que precisaria haver interação das pessoas com e sem deficiência , citando o exemplo da pessoa surda . “ Eu diria que não é preciso ter medo ou vergonha . Nós surdos podemos nos comunicar muito bem , seja por leitura labial , Libras ou até mesmo a escrita . O importante é tentar , não excluir ”, finaliza Silvia .
Os benefícios da inclusão
Em Barra do Garças , de acordo com dados do Censo Escolar divulgados pelo site QEdu , em 2018 foram matriculados 527 alunos na educação especial nas instituições de ensino da cidade . Há 64 escolas na cidade , segundo o site . Destas , 44 % ( 28 escolas ) apresentam dependências acessíveis aos estudantes com deficiência . Ainda segundo os dados , apenas 27 %
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