setembro de 2019 | Page 17

( 17 escolas ) possuem sala para atendimento especial .
Há cinco anos , Lucas Baracho trabalha com alunos surdos nas escolas de Barra do Garças . Para ele , a inclusão escolar ainda está em processo na cidade . “ Não está cem por cento . Há muitas coisas a serem pensadas e refletidas , mas já melhorou bastante . A conquista do aluno surdo , por exemplo , já é algo positivo pelo fato de ter intérprete ou de a escola se adaptar a ele ”.
Uma das maiores defensoras da educação inclusiva no Brasil , Maria Teresa Mantoan é enfática ao dizer que as escolas precisam se redefinir para criar um ambiente totalmente inclusivo e que valorize as diferenças .
Lucas conta que teve diversos aprendizados ao trabalhar com
alunos surdos . “ No início da minha carreira ainda tinha algumas dificuldades , porém trabalhei com uma aluna surda que me auxiliava com elas . Foi uma experiência ótima ! Ela me ajudava e eu estudava aquilo ”.
No ensino médio , Marilene nutriu um afeto muito grande pela instituição . “ Era mais acessível , os professores faziam de tudo para ajudar no meu desenvolvimento . Construí muitas amizades e sempre passo pela escola para rever e conversar com as pessoas ”.
A autônoma se alegra ao dizer sobre a importância e a liberdade que sua cadeira motorizada proporcionou . “ Facilitou minha locomoção e me ajuda a ir aos lugares sem depender das pessoas .
É divertido , porque não fico presa àquela rotina cansativa de casa ”.
Marilene ainda ressalta que planeja cursar o ensino superior . “ Por enquanto não quis fazer faculdade , mas ainda pretendo . É aquela coisa : nunca é tarde para fazer tudo aquilo que a gente tem desejo ”.
Para o intérprete Lucas , a empatia é a primeira coisa que as escolas e a sociedade de Barra do Garças precisam ter . “ É se colocar no lugar do sujeito e da família . As políticas precisam olhar para a realidade da inclusão para que ela saia do papel e se torne realidade . É questão de cidadania , de ter um olhar acolhedor por todo mundo . O fato de a pessoa ter deficiência ou transtorno não a torna menos humana ”, finaliza o profissional .
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