Scripsi Scripsi 4 | Page 45

No entanto, foi Raimundo Correia o melhor tradutor brasileiro de Rollinat. Em seu livro Versos e Versões, de 1887, traduzira-lhe dois poemas: O HORÓSCOPO Agonizava o sol em síncopes... Eu ia Triste, triste, evocando Sobre o cancro que rói minha alma doentia O horóscopo nefando. Ia crescendo em torno a solidão, e espessas As sombras se tornavam; De uma população de espectros as cabeças No escuro se agitavam. Sibilava-me em roda aspérrima rajada De enxofre sufocante... E era uma estrada imensa a pavorosa estrada, Que eu seguia, arquejante; Bordavam-na espectrais rochedos, e, em fileiras, As árvores se erguiam... Noctâmbulas legiões de coisas agoureiras Nas trevas se moviam: E eu, aflito e a pensar nessa fatal doença, Que rói-me, ia convulso... Batiam-me febris na pirexia intensa As têmporas e o pulso; Um gelado suor lavava-me copioso A fronte... De repente Um fantasma surgiu medonho e pavoroso Na estrada, em minha frente, E disse-me com voz cava, funérea e dura: “O mal que hoje te afeta É a mesma moléstia horrível e sem cura De que eu morri, poeta!...”