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Sobre isso, é algo fantástico o que nos diz o poeta e tradutor Silva Passos, em seu ensaio Os Malditos 3 : Contam os seus amigos que só podia dormir sob a ação de cloral e que costumava andar por ruínas e lugares sombrios. Vivia abismado nas regiões do Medo, que nos seus versos tanto frequentara. [...] O sono abandonara-o, e ele sentia a necessidade de esquecer a sua dupla desdita, feita pela Natureza e pelos homens. Ary de Mesquita, ao editar a seleta da poesia para a Clássicos da Jackson, reafirma os aspectos gerais da poesia rollinatiana, acrescentando que seus mais belos poemas: ...se comprazem nos assuntos hediondos, nas imagens funéreas, nas ideias aziagas e atrozes. Ora são as visões de um degenerado, ora as dores físicas de um tuberculoso, ora os delírios de um cataléptico enterrado vivo, as fontes da sua inspiração. Mas todo esse horror, e ainda a ambiência repleta de sapos, de corujas, de aranhas e de carnes putrefatas são encravados de versos enérgicos, nítidos e harmônicos. O conteúdo dessa poesia horripilante são os símbolos oriundos da poesia sepulcral de Young e Gray, das baladas góticas do pré-romantismo alemão, com Bürger e Goethe, a estética onírica de Edgar Allan Poe, o Fin de siècle francês de Musset e ainda do satanismo jansenista de Baudelaire. Em comum, essas escolas têm uma cosmovisão segundo a qual o homem é um joguete do Destino, ou da Natureza, ou das Paixões, ou do próprio Diabo... No Brasil, um dos primeiros tradutores dessas flores nevrálgicas foi Bruno Jacy, pseudônimo de José Carlos da Costa Ribeiro Júnior: 3 Jornal do Comércio. São Paulo, s. d. s. n.