E eu sei que é cedo quando se é tarde,
porque toco-te as beiradas da voz, e
há um cuspe que te salta os olhos –
medonhos de medo – e que me traduz
quando sou a bendita santa
que te alarga as frontes de
pícaras
que te permite um repouso
rasteiro,
que te ilumina com os olhos
de raposa.
Porque sei.
XLVII
Todo escritor é um país estrangeiro.
Quando ultrapassa os limites do
seu coração ao cutucar
o fundo de um
silêncio, que
escapa aos
próprios
sentimentos.
Um estrangeiro de flores
rasgadas no fundo do peito.
Nos pomares desérticos de
antigos pensamentos.
Mesmo sendo poeira.
Mesmo tendo um ar pueril