o ingresso na universidade, para acontecer uma real democratização do ensino superior, é necessária a criação de condições concretas de permanência do aluno na
universidade até a conclusão do curso, por meio de programas que busquem atenuar
os efeitos das desigualdades provocadas por condições sociais e econômicas (Cherchiari, 2004).
Nesse contexto das dificuldades emocionais de estudantes, o apoio da
família e amigos se constitui como algo muito importância para
a melhora do jovem. Lidchi e Eisenstein (2004) ressaltam o
desenvolvimento da confiança em um membro da família, que
acontece na medida em que as funções autonomia e proteção
lhes são oferecidas equilibradamente pelos familiares.
Desta maneira uma família funcional é percebida como
afetuosa, com presença de diálogo, coesa, com regras
flexíveis, porém com limites claros, oferecendo recursos
necessários ao crescimento individual e apoio diante
das situações-problema.
Dentre os 15 entrevistados, 9 disseram que
procuraram a ajuda de amigos e familiares quando
encontraram dificuldades. Quando o indivíduo se sente bem,
devido às relações de afetividade, melhor se adapta às
circunstâncias novas e, mesmo quando os eventos estressores
não podem ser evitados, seus efeitos são menores, causando
menor prejuízo à sua saúde psicológica
(Souza, Baptista & Baptista, 2010).
Quando questionados sobre o CAEP UnB (Centro de Atendimento e
Estudos Psicológicos), apenas 5 estudantes conheciam o lugar, o que alerta
para a não divulgação desse serviço de maneira eficaz nos espaços
universitários. O CAEP realiza atendimentos individuais,
terapia conjugal e familiar e atendimento à violência de
gênero, e é aberto para toda a comunidade, incluindo
alunos da UnB.
É necessário que as universidades elaborem políticas
estudantis de atenção psicossocial, e que promovam
debates envolvendo toda a comunidade acadêmica.
Também é necessária a mobilização do Estado para o
desenvolvimento de políticas públicas, uma vez
que a saúde do estudante universitário está
ainda descoberta, visto que não se
enquadra em nenhum grupo de atenção
em saúde estabelecido pelos Serviços Básicos
de Saúde (Figueiredo & Oliveira, 1995).
Referências:
Cerchiari, E. A. N. (2004). Saude mental e qualidade de vida em estudantes universitarios. Tese de doutorado, Faculdade de Ciencias Medicas, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP.
Facci, M. G. D., & Tomio, N. A. O. (2009). Adolescência: uma análise a partir da psicologia sócio-histórica. Rev. Teoria e Prática da Educação, 12(1),89-99.
Lidchi, V., & Eisenstein, E. (2004). Adolescentes e Famílias no Contexto Médico. Em: J. Mello Filho (Org.), Doença e família (pp. 217-231). São Paulo: Casa do Psicólogo.
Revista Latino-Americana de Enfermagem. Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto / Universidade de São Paulo, v. 3, n. 1, p. 05-14, 1995.
Souza, M. S., Baptista, A. S. D. & Baptista, M. N. Relação entre suporte familiar, saúde mental e comportamentos de risco em estudante universitários. Acta Colombiana de Psicologia, v. 13, n. 1, p. 43-154, 2010..
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