No ano de 1985, o país estava em processo de consolidação da redemocratização. Depois de anos de militarismo o povo já ansiava por uma transformação social e lutava no movimento das Diretas Já para consquistar direito a voto e, é nesse contexto que o deputado Paulo Delgado abraça a causa da reforma psiquiátrica, sugerido pelo irmão psiquiatra Pedro Gabriel Delgado. Em 1989, o deputado apresenta ao Congresso Nacional o Projeto de Lei 3.657, que propunha a regulamentação dos direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e a abolição progressiva dos manicômios no país (Arbex, 2013). Em 1990, Delgado teve seu projeto de lei aprovado. No mesmo ano, o Brasil assinou o acordo que propõe a reestruturação da assistência psiquiátrica através da Declaração de Caracas. Em 2001, foi aprovada a Lei Federal 10.2016 que regulamentava o modelo assistencial a saúde mental e protegia os direitos das pessoas com transtorno mental. Esses acontecimentos foram dando evolução e progresso a reforma.
Dessa lei, é desenvolvida a Política de Saude Mental que visa a desospitalização dos pacientes e garantia dos cuidados em um ambiente diferente dos hospitais, possibilitando a ressocialização por meio do trabalho, do lazer e da cultura e, permitindo a reabilitação psicossocial por meio de uma assistência à saúde ampla e em outros contextos. Com a nova legislação vigente no país, o número de leitos hospitalares ultrapassava 50 mil, conforme dados do Ministério da Saúde. Após 10 anos de vigência, o número de leitos passavam um pouco mais de 30 mil, nesse período, 45 hospitais foram fechados (Arbex, 2013).
Silvio Savat, fotografado por Napoleão Xvier Gontijo Coelho em 1979 no Hospital Colônia em Barbacena, coberto de moscas e confundido com um cadáver. Hoje reside no Centro Psíquico da Adolescência e Infância (CEPAI).
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