Saúde Mental Jun. 2017 | Page 10

A cultura dos manicômios foi predominante por muitos anos no Brasil, onde os pacientes eram tratados em condições desumanas e degradantes que não traziam nenhuma melhora aos “tratamentos” realizados. Esse cenário entrou em mudança apenas após a Reforma Psiquiátrica, na qual médicos, enfermeiros, deputados que abraçaram a causa e familiares dos pacientes lutaram para acabar com a cultura de hospitais psiquiátricos. Nesse sentido é que se inicia o movimento da Luta Antimanicomial, que tem como principal obejtivo a defesa dos direitos humanos e o resgate da cidadania dos doentes mentais. Aliado a essa luta, nasce o movimento da Reforma Psiquiátrica, que pretendia não só acabar com as intituições violentas e denunciar os manicômios, mas também propor um novo olhar para o tratamento dos transtornos mentais, através de um modelo assistencial de saúde.

A institucionalizção dos doentes foi a saída encontrada para dar uma finalidade aos doentes mentais, aos discriminados e a todos aqueles que eram tratados como marginalizados e vistos como problema para sociedade, foram então jogados em hospitais, com mínimas condições de sobrevivência. Os que possuíam algum transtorno não apresentavam nenhuma melhora e até mesmo agravavam seu caso e, aqueles que não o possuíam, eventualmente desenvolviam algum transtorno. Com apenas um médico para milhares de pacientes, nenhuma doença era tratada de fato, o tratamento medicamentoso era generalizado e indiscriminado, independete do transtorno ou até mesmo se não possuísse nenhum.

Não havia cuidados especializados para cada indivíduo e pouca importância era dada ao tratamento psicológico dos pacientes, estes, se econtravam em uma posição passiva sujeitos a todos tipos de tratamentos, que incluíam lobotomia, duchas, banhos frios, alimentção precária, nenhuma condição de higiene, chicotadas, choques elétricos, lugares inapropriados para dormir, e uma série de técnicas corretivas. Os loucos eram tidos como objetos de estudos para os médicos e servidos de cobaia para novas técnicas e medicamentos. Existia ainda um comércio de cadáveres feito dos corpos debilitados que chegavam a óbito e seu número era grandioso e aumentava a cada dia. Muitas faculdades de medicina usufruíram desse comércio ao comprar cadáveres a preços irrisórios.

A Luta

Antimanicomial

Juliana Vasconcelos

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