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Prato e faca de João da
Baiana em exposição no MIS
Cortiço
Acomodações Precárias
condições de satisfazer suas necessidades básicas de higiene, educação, saúde e alimentação, são sempre subjugados e segundo a ótica da elite branca à época do início do século XX provedores de desordem, brigas e desrespeito. Essas pessoas vivam praticamente de bicos, e costumavam ficar em locais de alta circulação de pessoas no comércio como armazéns e botecos afim de se colocarem a disposição para qualquer serviço que fosse oferecido. Esta exposição acabou por criar o mito de classificar estes indivíduos de “Malandros” – eram pobres e quase sempre negros.
Não tinha emprego
Seu Comissário foi dizendo com altivez/É da casa de cômodos da tal Inês,/Revista os dois, bota no xadrez/Malandro comigo não tem vez .
Uma vez detido pela força policial, o delegado sempre condenava o residente da casa de cômodos sem qualquer investigação. O preso então apela para a argumentação tentando o convencer do contrário. Vale até dizer que não mora na casa de cômodos – pois sabe que só bastaria isto para ser preso, supostamente concordando com a
autoridade quanto ao perigo destas precariedade das residências.
Mas, Seu Comissário, eu estou com a razão/Eu não moro na casa de habitação/Eu fui apanhar meu violão/Que estava empenhado com o Salomão.
Em Batuque na Cozinha, João da Baiana faz uma crônica bem humorada das injustiças sofridas pelas classes mais populares.
Dia a Dia
Crônica bem humorada
Lança mão das suas origens, das tradições e toda sorte de infortúnios consumados por força do preconceito e da opulência da pequena elite branca, que sempre acreditou ser de origem europeia, existente na Capital Brasileira no começo do século XX. As questões sociais e do cotidiano sempre fizeram parte dos enredos dos sambas. Os sambistas utilizam suas composições para fazer uma crônica de seu dia a dia, dos locais em que residem trabalham e perseveram contra as injustiças sociais. Baseado no texto - João da Baiana - O Batuque na Cozinha de 125 anos - MARCOS ALVITO - professor e autor de As cores de Acari.
João da Baiana
Prato e Faca
João Machado Guedes, por ser filho de Tia Baiana acaba sendo conhecido como João da Baiana. Compositor, interprete, passista e instrumentista. Tocava o Prato e Faca, mas também lhe é atribuído como o introdutor da forma de tocar o pandeiro e do instrumento no samba. Foi integrante de grupos como Conjunto dos Moles, Grupo do Louro, Grupo da Guarda Velha e Diabos do Céu. Participou também da gravação em 1940 do Disco Native Brazilian Music, do maestro Lepold Stokowisk organizado pelo maestro Vila Lobos a bordo do navio Uruguai no Rio de Janeiro. João da Baiana chegou a ser preso por tocar pandeiro em praça pública.
Grupo Guarda Velha
Com Noel Rosa MIS
Revista Samba Acadêmico Outubro 2016 17