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mesmo após um longo sofrimento.
Em diversos momentos durante esse período eu paro e penso em como seria se já tivesse outro filho, mas daí vem as duvidas e o medo toma uma forma gigantesca e bloqueia toda vontade que nasce do meu coração de voltar à vida, sim voltar à vida, pois algo que é inegável é que parte de mim se foi com minha filha, sonhos, desejos, planos... O meu sorriso já não é o mesmo, a vaidade perdeu seu brilho e muitas coisas na vida que para mim eram importantes hoje já não tem significado algum.
Algo que aprendi no meio de tanta dor foi a gratidão, se acontece algo de bom eu agradeço, se não é tão bom assim agradeço também, a dor é uma ótima professora que nos mostra de uma forma bem amarga a beleza da vida e quão intensa e mágica é até aquele momento em que queremos sorrir, mas lágrima cai.
Dor e medo, são palavras e sentimento que passaram a ser fieis companheiras, ora me ensinando, ora atrapalhando meus planos, já não anseio tanto o futuro, já não faço planos para o amanhã, vou vivendo o hoje, me refazendo, me costurando e muitas vezes olhando para trás com os olhos rasos de água pensando no que nem chegou e já se foi.
Minha vida de um modo estranho as vezes parece uma poesia, daquelas que nos mostram o quão feliz poderíamos ter sido mas os caminhos ficam tortos e
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