RPL - Revista Portuguesa sobre o Luto 5 | Page 5

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Clarisse Queirós, 33 anos

Socióloga e Conselheira do Luto

Braga (Portugal)

Este circuito fechado não deixa que existam trocas construtivas e saudáveis. O “Eu” fica parado, ou seja, fica sempre a fazer a mesma coisa, repetidamente (mas esperando resultados diferentes). Perder algo ou alguém é um dos maiores receios do ser humano, é algo que ninguém consegue controlar mas que acarreta um enorme processo de mudança na vida de uma pessoa.

Este medo é colocado no futuro, mas também no passado, inibindo a ação do indivíduo. Nesta dicotomia entre o medo do futuro e a sombra do medo de acontecimentos passados, a tendência natural será rejeitar a mudança. Até porque este processo é moroso, angustiante e gera desconforto…

Resistir à mudança, não enfrentando o medo que esta lhe provoca é uma defesa para não transformar a sua vida. O indivíduo não irá crescer nem aceitar a sua perda se não aceitar a mudança. Rejeitá-la é um meio de definhar, fazer as mesmas coisas, ter as mesmas atitudes, suportar a mesma dor e os mesmos medos…

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