prática ainda comum nos serviços médicos, e algo que as mulheres precisam combater com todas as suas forças. Não faz sentido sofrer três perdas para apenas depois fazer exames investigativos – e muitas vezes um simples exame de sangue basta para descobrir o problema. E ainda há um agravante: hoje, muitas mulheres adiam a maternidade, seja porque só encontraram seu companheiro mais tarde, seja em função de seus estudos ou carreira. Adiar a descoberta de um eventual problema pode significar a perda de sua possibilidade de ser mãe. Infelizmente, os óvulos envelhecem, e não são poucos os casos de mulheres que entraram na menopausa sem conseguir levar uma gestação a termo.
Nesta busca por respostas às minhas perdas, conheci na internet um grupo de mulheres que também haviam passado por isso. Cada uma com sua história, com perdas em idades gestacionais diferentes, bebês natimortos, crianças que não resistiram à prematuridade. Criado pela engenheira Odete Santos, o grupo Unidas pela Dor foi realmente minha “tábua de salvação”. Sem exageros, foi por causa deste grupo que não me rendi a antidepressivos (prescritos por uma psicóloga que me acompanhava na época e via minha dificuldade de lidar com a situação), e acabei encontrando um médico que concordou em investigar o que havia de errado. A troca de informações entre as mães, os desabafos e apoio mútuo foram essenciais
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