RPL - Revista Portuguesa sobre o Luto 3 | Page 27

Será para sempre

Enquanto os fogos explodiam no céu do dia 31 de dezembro de 2013, minha filhinha, Ana Carolina, lutava pela vida na UTI de um hospital. Eu e meu marido estávamos naquela sala de espera, pedindo, implorando, suplicando que Deus a curasse. Sabíamos o que ELE poderia fazer. Mas não foi Sua vontade e no dia 18 de janeiro de 2014, aos 14 anos, Deus levou minha princesa.

Pensar em datas comemorativas, principalmente do mês de dezembro, enche meu coração de tristeza. Pois, enquanto todos à nossa volta comemoravam o início de um novo ano, Eu e minha família chorávamos a perda de uma linda jovem, cheia de sonhos, apaixonada pela vida.

É humanamente impossível para uma mãe entender, aceitar e suportar a ausência física de um filho sem o consolo constante de Deus. Como é difícil viver sem a Carol, sem o seu sorriso, sem o seu amor, sem ouvi-la me chamar de mãezinha. Me sinto órfã sem minha filha, minha parceira, amiga, sem as gracinhas, sem os sonhos que perdemos.

Não saberia descrever o primeiro ano sem a Carol. Como passar por todas as datas comemorativas? Os meses foram passando, chegaram os Feriados e não fazia sentido sair de casa, viajar, como era nosso costume nesses períodos.

Enquanto isso, meu coração se preparava para o primeiro dia das mães sem minha filhinha. No entanto, eu tinha minha mãezinha, precisava honrar o dia dela. Chegaram as férias de julho, meu aniversário, como foi doloroso, não queria ouvir

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